Luanda - O Governo angolano saudou a criação do Comité Presidencial Ad-Hoc da União Africana sobre a Crise no Sudão, encorajando as partes a participar na reunião prevista para este mês, em Kampala, Uganda.
Num comunicado tornado público esta quarta-feira, Angola refere que tem vindo a acompanhar com grande inquietação a continuação do conflito militar no Sudão, que eclodiu a 7 de Abril de 2023.
Manifesta-se preocupado pela prevalência do conflito que tem vindo a registar uma grave deterioração, com impacto directo sobre a população e os mais de sete milhões de pessoas carentes de assistência humanitária, deslocados e refugiados, bem como a destruição de importantes infra-estruturas críticas para o desenvolvimento sócio-económico do país.
Neste contexto, manifesta a sua preocupação pelo bombardeamento da Residência Oficial do embaixador dos Emirados Árabes Unidos, e face a esses desenvolvimentos, apela às partes em conflito a observar e fazer respeitar a Convenção de Viena sobre o Estabelecimento de Relações Diplomáticas, o Direito Humanitário Internacional e a Lei Internacional sobre os Direitos Humanos.
Por último, exorta as partes em conflito a privilegiar a via do diálogo inclusivo e a reposição da normalidade constitucional, em harmonia com a Carta das Nações Unidas e o Acto Constitutivo da União Africana.
Desde Abril de 2023, dois grupos militares travam uma disputa pelo poder no Sudão: as Forças Armadas Sudanesas (FAS) e as Forças de Apoio Rápido (FAR).
O conflito teve início após uma série de desavenças entre os dois grupos sobre a partilha do poder, que se seguiu ao golpe militar do final de 2021.
A guerra já fez mais de 20 mil mortes e obrigou milhões de pessoas a fugir das suas casas desde abril de 2023, elevando o número de deslocados para cerca de 13 milhões. ART