Huambo – A juventude angolana foi exortada a primar por uma gestão ética e mais próxima do cidadão, durante o 1º Workshop Nacional de Jovens Líderes na Governação Local, realizado esta sexta-feira, no Huambo.
O desafio foi lançado por antigos e novos governadores, bem como administradores municipais, no fórum promovido pelo Ministério da Administração do Território (MAT), em parceria com o projecto Njila-Banco Mundial.
Na presença do ministro de Estado e Chefe da Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, e de dirigentes das 18 províncias do país, incluindo os governantes, alguns dos quais reformados, incentivou-se a contínua promoção da excelência na administração pública.
Na ocasião, o secretário do Presidente da República para o Sector Produtivo, Isaac dos Anjos, lamentou o facto de muitos jovens, após assumirem responsabilidades, se esquecerem do juramento feito em fazer cumprir as leis e todas as deliberações, pondo em causa, sobretudo, o primeiro compromisso, com atropelos do bem comum.
“Fazer cumprir, infelizmente, tem sido a parte mais dolorosa, porque requer capacidade humana para a sua realização, principalmente nesta época, em que os governantes e administradores encontram um conjunto de serviços e desafios em relação aos tempos anteriores”, assinalou.
O antigo governador da Lunda-Sul, Francisco Chihuissa, desencorajou a prática do desvio de fundos públicos, em qualquer circunstância, dado os contornos deste mal no processo de desenvolvimento do país, para além de pôr em causa a imagem e o bom nome do líder.
Ao reportar a sua trajectória como servidor público, o antigo governante aconselhou que em casos de despesas públicas, o ideal é proceder com base nos regulamentos estatutários, para se evitar atropelos.
Ao partilhar a sua experiência, a governadora do Huambo, Lotti Nolika, enquanto gestora e uma das primeiras administradoras municipais do país, aconselhou ao patriotismo no exercício das missões, tendo em atenção a melhoria das condições de vida das comunidades.
Defendeu uma gestão participativa, tendo em conta o contributo e conselho das autoridades tradicionais, entidades religiosas e população, em geral, para uma abordagem e actuação mais concretas nas diversas situações.
O governador do Namibe, Archer Mangueira, que também já ocupou vários cargos no Executivo angolano, apesar de se considerar novo neste processo, destacou a capacidade da tomada de decisão em determinadas situações como uma das bases de uma gestão baseada na ética e sentido de missão.
Disse que a liderança deve ser guiada sempre por um propósito, tendo como palavra-chave a incumbência de servir o público ou as comunidades com excelência, apesar da incapacidade e do desafio de satisfazer a todos.
Na sua abordagem, a governadora da província de Cabinda, Mara Quiosa, defendeu uma governação de proximidade, que permita vivenciar os problemas das comunidades e, dentro das prioridades, respondê-los a tempo oportuno.
Para tal, aconselhou a simplicidade no contacto e na comunicação com a população, desde a forma de se vestir e se posicionar diante das suas preocupações, principalmente nas comunidades rurais, para se evitar constrangimentos.MLV/JSV/ALH