Cuito Cuanavale – O governador do Cuando Cubango, José Martins, defendeu hoje, quarta-feira, a inclusão nos currículos escolares de matérias relacionadas com a história da Batalha do Cuito Cuanavale, visando a promoção do patriotismo.
O governante, que falava a propósito das celebrações do 34º aniversário da Batalha do Cuito Cuanavale, que hoje se assinala, destacou o facto de a epopeia militar ter representado a viragem decisiva na África Austral, no sentido da paz e da libertação dos povos oprimidos pelo regime do Apartheid, dai que, pela sua importância, o seu estudo deve ser incluído no currículo escolar na região.
Salientou facto de o 23 de Março de 1988 marcar o fim da Batalha do Cuito Cuanavale, no Sudeste de Angola, onde as extinta FAPLA (Forças Armadas Populares de Libertação de Angola) e as FAR (Forças Armadas Revolucionárias de Cuba) derrotaram o exército da maior potência militar regional à altura, a África do Sul, e as forças da UNITA, um legado que deve ser do domínio da nova geração.
"Não é possível atingir o desenvolvimento almejado, sem um espírito de entrega e uma causa comum, por isso, a juventude deve se rever nestes feitos dos heróis da batalha Cuito Cuanavale, por ser uma fase incontornável no processo da libertação dos povos ", sublinhou o governador do Cuando Cubango, José Martins.
Acrescentou que a celebração do 23 de Março, Dia da Libertação da África Austral, deve ser também vista como momento para elevar as consciências dos gestores públicos e outros sectores da sociedade no combate à corrupção, nepotismo e tribalismo, atitudes que enfermam o desenvolvimento do país.
Historial
Em 2018, todos os Estados membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, incluindo Angola, declararam 23 de Março um feriado oficial chamado Dia da Libertação da África Austral. Este dia comemora a vitória das forças Angolanas e Cubanas sobre as forças Sul-Africanas na batalha de Cuito-Cuanavale.
Enquanto os relatos da batalha e do conflito, em sentido mais amplo, são contestados, o importante a reter é que os invasores foram derrotados, levando à libertação da vizinha Namíbia e ao final do apartheid na África do Sul.
Na altura, a África do Sul exercia controlo sobre o antigo Sudoeste Alemão da África, a Namíbia, e tentou conter uma insurreição rebelde.
A República de Cuba apoiava as forças governamentais em Angola e de libertação na Namíbia.Os EUA, a África do Sul e o Ocidente apoiavam a UNITA. Foi uma grande batalha no contexto da “Guerra Fria”, e não uma invasão aleatória de Angola pela África do Sul.
De Novembro de 1987 a Março de 1988, as forças Sul-Africanas combateram as Forças Cubanas e Angolanas no sul de Angola, mas foram derrotadas definitivamente a 23 de Março de 1988.