Huambo - A governadora do Huambo, Lotti Nolika, reiterou, neste sábado, que a valorização dos heróis do 4 de Fevereiro de 1961 constitui factor indispensável para o fortalecimento da unidade nacional e do Estado democrático de direito.
A governante, que falava no acto provincial comemorativo ao 62º aniversário do Início da Luta Armada de Libertação Nacional, que hoje se assinala, disse que a efeméride marca a longa caminhada, que culminou com a proclamação da Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975, daí a necessidade da valorização de todos os combatentes, para o fortalecimento da unidade nacional.
Destacou a importância do envolvimento da sociedade na materialização da construção de uma sociedade justa e harmoniosa.
“Somos chamados a nos aprimorar, cada vez mais, para que cada um de nós, hoje e onde quer que esteja, contribua para a construção de uma Nação melhor, honrando, deste modo, os heróis do 04 de Fevereiro, enquanto dignos filhos da Pátria, que sem temer os canhões e obuses deram início à luta que traria a Independência Nacional, 14 anos depois”, vincou a governante.
Segundo Lotti Nolika, é importante que cada angolano seja “digno de dar continuidade a esta nobre luta”, com o tributo de todos àqueles que, na clandestinidade ou na guerrilha, combateram com o sentimento de projectar um futuro melhor para o país.
A governadora da província do Huambo reafirmou o desejo do Executivo angolano em continuar a contar com as novas gerações, na perspectiva de seguirem o exemplo de todos àqueles que lutaram em prol da independência.
Veteranos da Pátria enaltecem engajamento do PR
Na ocasião, os antigos combatentes e veteranos da Pátria, enalteceram, numa mensagem lida durante o acto, o engajamento do Presidente da República, João Lourenço, na melhoria das condições sociais das famílias e, em particular, deste segmento da sociedade angolana.
Os mesmos esperam por uma maior divulgação dos feitos dos heróis nacionais, através de homenagens em escolas e outras instituições públicas, para que o exemplo de brava, coragem, determinação e patriotismo seja seguido pela nova geração.
Decorrido no pavilhão multi-usos Osvaldo Serra Van-Dúnem, no interior da cidade do Huambo, sob o lema “ Preservemos os valores da Pátria, honrando os nossas heróis”, o evento foi abrilhantado pelo grupo Katiavala do Bailundo e pelos artistas Justino Handanga, Edna Mateia e Hander, Hernani de Vasconcelos e o quarteto Os Picantes, para além do coral da Cidadela Jovem do Sucesso, que se encarregou da entoação do Hino Nacional.
Antes do acto, antecedido da deposição de uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido, no cemitério do São Pedro, foi inaugurada uma escola do ensino primário e do I ciclo, com 12 salas de aulas, nos arredores do município do Huambo.
Foi na madrugada de 4 de Fevereiro de 1961 que um grupo de mulheres e homens, munidos de paus, catanas e outras armas brancas, atacou a Casa de Reclusão e a Cadeia de São Paulo, em Luanda, para libertar presos políticos, ameaçados de morte.
O 4 de Fevereiro de 1961 é considerado um marco importante da luta africana contra o colonialismo, numa tradição de resistência contra a ocupação que vinha desde os povos de Kassanje, do Ndongo e do Planalto Central.
Os acontecimentos de Fevereiro de 1961 traduziram-se assim numa sublime expressão de nacionalismo, demonstrada pelos angolanos.