Ondjiva – A governadora da província do Cunene, Gerdina Didalelwa, exaltou esta quinta-feira, a personalidade humanista do primeiro Presidente da República da Namíbia, Sam Nujoma, falecido aos 95 anos de idade por doença, no último sábado.
A governante apresentou esta exaltação na assinatura do livro de condolências em homenagem ao “Pai Fundador da Namíbia”, no consulado da Namíbia em Ondjiva, que atende as províncias do Cunene, Huíla e Namibe.
A propósito, Gerdina Didalelwa destacou Sam Nujoma como grande estadista de carácter pacífico que encarava os problemas na positividade para encontrar as soluções na base de uma convivência harmoniosa.
Além de estadista, acrescentou que também foi um chefe de família exemplar que se preocupava sempre com o bem-estar social, económico e a liberdade do seu povo.
Lembrou que diante do exército da África do sul que era bem equipado em termos de meios militares, soube lutar e com o apoio dos angolanos, a 21 de Março de 1990, proclamou a independência da Namíbia.
“Pessoalmente partilhamos vários momentos, antes de ser Presidente da Namíbia e depois de deixar o poder, isto desde 1979, na altura era secretária do partido no Cunene e em 1983 a 1986 quando frequentou a escola do partido”, afirmou.
Realçou que neste momento de dor, luto e de tristeza “viemos ao consulado no sentido de apresentarmos a homenagem e condolência à família enlutada e à nação namibiana”.
Gerdina Didalelwa exortou a juventude a seguir os exemplos destes líderes pacíficos que mesmo em momentos difíceis de guerra souberam manter o espírito de coragem e calma na esperança de alcançarem a liberdade e o desenvolvimento.
Por seu turno, a cônsul-geral da República da Namíbia em Ondjiva, Annel Endjala, apontou que com esta morte perderam um líder que muito contribuiu na luta de libertação do país.
Afirmou que o fundador da nação foi um líder pan-africano que sempre acreditava que o seu povo seria livre e alcançaria o desenvolvimento, assim como outros dos países da Região da África Austral.
“Estamos aqui a chorar pelo seu desaparecimento físico, mas a comemorar os seus feitos que promoveram a liberdade e democracia no seio da população namibiana”, destacou.
Annel Endjala sublinhou que o seu legado manterá forte e preservados para servir como exemplo e inspiração para as actuais e futuras gerações, que devem continuar a honrar os seus feitos.
Sam Nujoma
Sam Nujoma foi activista revolucionário anti-aparteheid e político, serviu o país por três mandatos consecutivos de 1990 a 2005.
Aos 17 anos deixou a aldeia do norte da Namíbia para se mudar para a cidade portuária de Walvis Bay.
Cedo percebeu as discriminações contra os negros e tornou-se no sindicalista, frequentando aulas nocturnas, onde conheceu activistas pro- independência.
Frente a Organização dos Povos do Sudoestes de África (SWAPO), lançou a luta armada em 1966, a guerra pela independência custou mais de 20 mil vidas.
Nascido a 12 de Maio de 1929, na aldeia de Etunda, região de Ongandjera, Sam Nujoma era o mais velho de 10 irmãos.PEM/LHE/VIC