Huambo – A governadora da província do Huambo, Lotti Nolika, defendeu, segunda-feira, a necessidade dos angolanos preservarem a paz e a unidade nacional, com vista a eternizar os feitos do ex-Presidente José Eduardo dos Santos (JES).
A governante falava no acto de homenagem e assinatura do livro de condolência, por ocasião da morte do ex-estadista angolano, falecido no passado dia 8, no Reino da Espanha, por doença.
Lotti Nolika afirmou que a paz e a reconciliação nacional constituem o legado maior deixado por José Eduardo dos Santos, que devolveu a estabilidade, uniu e reconciliou os angolanos que se encontram desavindos durante muito tempo.
“Se hoje estamos em paz e circulamos livremente, é graças ao esforço abnegado deste homem, cujo legado deve ser seguido e preservado por cada cidadão, sobretudo, os jovens, para que o país continue a ser uno e indivisível, porque independente da idade, todos estamos a desfrutar deste feito", referiu.
Por esta razão, continuou, a preservação deste bem, considerado o maior para o povo angolano, depois da independência nacional, representará a homenagem merecida e a internalização dos feitos deste homem que desde muito cedo se entregou para as causas da Nação.
Na sua mensagem de condolência, Lotti Nolika, que durante o consulado de José Eduardo dos Santos, como Chefe de Estado, foi membro do Conselho da República, lembrou a serenidade e a seriedade com que tratava os assuntos da Nação e a integridade própria que demonstrava enquanto estadista.
Ainda em termos de feitos de José Eduardo dos Santos, destacou a promoção da reconstrução do país, para além do seu contributo para o alcance da independência de muitos países da África Austral.
Por sua vez, o arcebispo do Huambo, Dom Zeferino Zeca Martins, afirmou que os feitos de José Eduardo dos Santos são indescritíveis e imensuráveis, cujos frutos continuam e continuarão a impactar a vida dos angolanos.
Por isso, considerou indispensável que o reforço da unidade nacional, a manutenção da paz e a contínua procura de soluções que visam promover o desenvolvimento sustentável do país.
O deputado do MPLA e coordenador do círculo provincial da Assembleia Nacional, Armando Capunda, descreveu o ex-Presidente, como uma figura incontornável para o país, cujo legado deve ser seguido por todos os angolanos, independentemente das diferenças partidárias, religiosas e sociais.
Já o secretário provincial do PRS no Huambo, António Solya Selende, reafirmou o compromisso do seu partido na preservação e divulgação do legado de José Eduardo dos Santos, enquanto estadista angolano, Arquitecto da paz e promotor do desenvolvimento socioeconómico do país.
Perfil
Falecido aos aos 79 anos de idade, no Reino de Espanha, por doença, José Eduardo dos Santos foi Presidente do MPLA e da República de Angola, em Setembro de 1979, na sequência da morte do Primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto.
Ocupou as duas funções durante 38 anos, até Setembro de 2017, altura em que foi sucedido pelo actual Chefe de Estado, João Lourenço.
Além de Presidente da República, foi Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA) e Presidente do MPLA, partido que governa o país desde a proclamação da independência nacional, a 11 de Novembro de 1975.
Da sua ficha política consta, ainda, o cargo de ministro das Relações Exteriores, e outras funções no Estado e no MPLA.
Conduziu o processo que culminou com a assinatura dos Acordos de Paz, a 4 de Abril de 2002, na sequência da morte do então líder fundador da UNITA, Jonas Savimbi.