Dundo - A governadora da Lunda-Norte, Filomena Miza, apelou esta quarta-feira, a conjugação de esforços entre os órgãos de defesa de Angola e da República Democrática do Congo, para o combate eficaz à imigração ilegal na fronteira do Chissanda.
A fronteira do Chissanda (terrestre), entre as províncias da Lunda-Norte (Angola) e Kassai (RDC), tem cerca de 12 quilómetros de extensão e é fiscalizada pelos órgãos de defesa dos dois países.
Em declarações à imprensa , no final da visita de constatação à referida fronteira, Filomena Miza, revelou que diariamente mais de 50 cidadão da RDC tentam entrar no território nacional de forma ilegal e semanalmente são repatriados mais de 300 imigrantes.
Disse que a a falta de capacidade de resposta aos casos de violação de fronteira por parte das autoridades congolesas preocupa o governo local, uma vez que após o repatriamento dos imigrantes da RDC, alguns escapam e regressam ao território angolano.
Fez saber que actualmente, segundo dados dos órgãos de defesa, estão detidos no Centro de Retenção do SME, cerca 97 cidadãos da RDC, recolhidos nas últimas 48 horas por entrada e permanência ilegal na Lunda-Norte.
"Temos uma fronteira muito extensa com a RDC, onde temos feito trocas comerciais e repatriamento de imigrantes ilegais, e nos preocupa as estatísticas de violações constantes da fronteira de cidadãos da RDC, por isso apelamos as forças de defesa daquele país a melhorarem a fiscalização", frisou.
Disse que a detenção temporária e o repatriamento "pesa muito nos cofres do Estado angolano , porque é necessário transporte, alimentação e a segurança dos imigrantes ilegais", daí a necessidade de haver uma colaboração das autoridades congolesas para se inverter o quadro.
"Dialogarmos com os órgãos de defesa e segurança da RDC para reforçarem a fiscalização no seu território, ajudando no combate à imigração ilegal", frisou.
Durante a visita na fronteira, a governadora inteirou-se do funcionamento do mercado onde são realizadas as trocas comerciais, da prontidão e das condições de trabalho dos agentes da Polícia de Guarda Fronteira e do Serviço de Migração e Estrangeiros.
Testemunhou o repatriamento de 293 cidadãos da RDC detidos na última semana por entrada e permanência ilegal no território nacional.HD