Cuito – O governador do Bié, Pereira Alfredo, pediu hoje, quarta-feira, na cidade do Cuito, proactividade e audácia nas acções ligadas ao combate à corrupção nesta parcela do país.
O governante teceu estas declarações durante o acto de abertura do processo de auscultação pública do projecto de Estratégia Nacional de Prevenção e Repressão da Corrupção (ENAPREC), promovido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE), Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, um acto que está a ser desenvolvida em todo o país.
Pereira Alfredo disse que a acção visa, sobretudo, desencorajar, cada vez mais, as tentativas de corrupção dentro do aparelho governativo e incutir na consciência dos gestores públicos a importância da transparência e ética no uso do erário e outros patrimónios do Estado.
Dada a importância do assunto, o governador do Bié, Pereira Alfredo, encorajou aos órgãos a fins a consultarem diversas franjas da sociedade, com vista a reter o parecer dos cidadãos sobre principais medidas para conter este fenómeno, que tende a manchar o país no estrangeiro.
“Este importantíssimo instrumento deve ser levado também nas instituições de ensino superior, de modo a alargar a sua abordagem com jovens da academia, para que, no final, venha a ter uma praticidade de prevenção”, aferiu.
IGAE aposta na educação
Segundo a delegada da Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) no Bié, Elsa Cristina Neto, as acções de educação revestem-se de capital importância para a redução dos índices de corrupção, potenciando um conjunto de acções sociais incomensuráveis.
Por outro lado, Elsa Cristina Neto assegurou que vai ser mais implacável com todos que insistirem em actividades ilegais dentro do governo, para reduzir ao máximo este fenómeno dentro das instituições públicas.
PGR assegura continuidade na repressão e detenção dos actos de corrupção
A subprocuradora-geral da República titular em exercício no Bié, Dulce Chimbisso Simão, assegurou, na ocasião, que a PGR nesta parcela do país vai continuar focada na repressão e detenção de todos os actos ligados à corrupção.
Sem avançar números de processos dessa natureza já em posse do Ministério Público, garantiu haver um trabalho aturado para descoberta de mais casos a nível da província.
Dulce Simão destacou a necessidade de se promover cada vez mais a cultura de denúncia, para uma participação mais activa dos cidadãos nesta luta que entende ser de todos.
Cidadãos pedem fim da impunidade
Os cidadãos que participaram do processo de auscultação pública do projecto de Estratégia Nacional de Prevenção e Repressão da Corrupção, realizado no auditório do Instituto Técnico de Saúde Comandante Bula, apontaram a impunidade como o factor que incentiva a corrupção.
Em declarações à ANGOP, Osvaldo Hipólito realçou a necessidade de se punir todos os casos de corrupção, tendo solicitado a cooperação de todos nesse processo.
Para José Alves, a impunidade é a mola impulsionadora desses actos, por isso defende igualmente a pena máxima de acordo com a Lei.
O projecto de Estratégia Nacional de Prevenção e Repressão da Corrupção, lançado oficialmente a 18 do corrente mês, foi elaborado por um grupo de trabalho criado em 2019. O mesmo integra diversos órgãos públicos e é coordenado pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, por orientação do Presidente da República, João Lourenço.
O Grupo de Trabalho foi incumbido também de realizar estudos e a elaboração de propostas e mecanismos de implementação da Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção.LB/PLB
