Benguela - A Cimeira Multilateral sobre o Corredor do Lobito assume um papel importante na captação de investimentos para impulsionar este projecto ferroviário apoiado pelos EUA, considera o governador provincial de Benguela, Manuel Nunes Júnior.
A província de Benguela é, nesta quarta-feira, o palco desta cimeira, da qual participam os Presidentes dos EUA, Joe Biden, de Angola, João Lourenço, da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi, da Zâmbia, Hakainde Hichilema, e o vice-presidente da Tanzânia, Philip Mpango.
É objectivo da cimeira acelerar a atracção dos investimentos para o projecto regional do Corredor do Lobito, que liga a RDC e a Zâmbia, ricas em recursos minerais, ao Porto do Lobito, no Oceano Atlântico.
Falando no Aeroporto Paulo Teixeira Jorge, na Catumbela, local de recepção dos chefes de Estado, o governador de Benguela refere que a cimeira é, na prática, a demonstração das características transnacionais e mesmo internacionais do Corredor do Lobito.
Daí considerar “uma grande honra e um privilégio ” receber tão importante visita, nomeadamente o Presidente dos Estados Unidos, para a Cimeira Multilateral sobre este importante Corredor do Lobito.
“Encaramos este projecto mais do que um corredor do ponto de vista de infra-estrutura. É, sobretudo, um corredor de desenvolvimento. Sendo mais preciso, é um pólo de desenvolvimento”, assevera.
Para isto, focalizou as infraestruturas ferroviárias e portuárias existentes no Corredor do Lobito, para atração de investimentos para outras áreas que vão proporcionar desenvolvimento para a província de Benguela e para o país.
De acordo com o governante, os investimentos vão repercutir em maior prosperidade, mais emprego, e melhores salários para as pessoas e, por conseguinte, bem-estar e qualidade de vida.
Aliás, o governador Manuel Nunes Júnior deu a entender que este Corredor do Lobito fará sobressair as potencialidades das quatro províncias interligadas pelo projecto, como Benguela, Huambo, Bié e Moxico.
“São elas extremamente importantes do ponto de vista da produção agrícola”, avançou, estimando que mais de 30 por cento da produção do país deriva destas províncias, que, em conjunto, devem ter cerca de oito milhões de habitantes.
Por essa razão, antecipa que este Corredor do Lobito será um elemento importante para alavancar a produção agrícola, atraindo investimentos nacionais e estrangeiros para criar mais empregos e melhorar a vida das pessoas.
“Nós estamos preparados e faremos tudo para tirar todas as vantagens desse corredor”, frisou, prevendo outro alento para os sectores da Agricultura, Pescas, Sal e do Turismo, por via dos investimentos ao longo do Corredor do Lobito.
“Agora, sobretudo, que este aeroporto da Catumbela proximamente vai tornar-se internacional”, explica.
E acrescenta: “O turismo internacional ficará mais facilitado. Tudo isso vai fazer com que este Corredor do Lobito se transforme num corredor para o desenvolvimento do país”.
Em 2023, o comércio entre os Estados Unidos e Angola totalizou aproximadamente 1,77 mil milhões de dólares (1,69 mil milhões de euros), o que tornou Angola no quarto maior parceiro comercial de Washington na África Subsaariana.
Angola e os Estados Unidos estabeleceram relações diplomáticas formais em 1993.
Esta visita, provavelmente a última de Joe Biden ao exterior enquanto Presidente dos EUA, cumpre a promessa de visitar a África Subsaariana durante a sua presidência e visa reforçar o projeto do Corredor do Lobito, que liga a República Democrática do Congo e a Zâmbia, ricas em recursos, ao porto angolano do Lobito, no Oceano Atlântico. JH/CRB