Cazenga - O inspector-geral de Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, general Gouveia de Sá Miranda, disse hoje, sexta-feira, em Luanda, que as forças armadas têm o papel da manutenção da soberania nacional e da integridade territorial dos países, pelo que não deve ser negligenciado.
“Na arquitetura dos Estados as Forças Armadas jogam sempre o papel de destaque que nunca deve ser negligenciado, pela sua função determinante na manutenção da integridade territorial dos países”, advogou.
Gouveia de Sá Miranda falava durante o acto de encerramento do exercício Nguizani-Logex, da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), realizado na Escola Superior de Guerra, localizado no município do Kilamba Kiaxi.
O inspector -geral lembrou que, em tempos de paz, elas têm a oportunidade de ajustar os seus efectivos às novas realidades de ausência de um inimigo real identificado, podendo se reorganizar, modernizar, com o que há de melhor no mundo ligado ao armamento, técnica e equipamento militares.
Relativamente ao contexto actual, Gouveia de Sá Miranda referiu que a missão das Forças Armadas é a de defender os superiores interesses dos Estados, no espírito da paz, estabilidade e na garantia do desenvolvimento e progresso.
“Sou de opinião que as missões exigem uma adequada preparação, capaz de as fazer corresponder directamente com as imposições do terreno, do meio ambiente e de outras prováveis implicações das quais pode-se destacar as de natureza logística”, sublinhou.
Nesta ordem de ideia, prosseguiu, precisa-se, cada vez mais, de melhorar o processo de tomada de decisão, reunindo rapidamente todos os elementos favoráveis à realização de tais acções.
Reconheceu a necessidade, na prática, de se aplicar devidamente os princípios da coerência e da flexibilidade e poupar recursos, de acordo com o contexto apresentado.
Por sua vez, o Chefe de Estado Maior para o Planeamento das Forças do Estado de Alerta da SADC, Brigadeiro Raymond Ndwandwe, valorizou as boas relações forjadas durante o Logex, no interesse da região da SADC.
Disse ainda que, ao envidar esforços para melhorar a capacidade operacional completa das Forças, neste caso através do Exercício Nguizani-Logex, espera-se que os efeitos contribuam para uma maior capacidade de resolução de conflitos na região.
Por seu turno, o ministro das Relações Exteriores de Angola, Teté António, reconheceu que a realização regular de exercícios militares da SADC tem servido para melhorar a capacidade regional a assegurar a paz e segurança em África.
O governante acrescentou que isto não é apenas para manter a segurança e paz na região e continente, mas também para fazer face as outros desafios como calamidades naturais e ajudas humanitárias em que as mesmas podem reagir.
Assegurou que estas actividades demonstram a capacidade regional de assumir as suas responsabilidades no que diz respeito a conflitos no continente.
Participaram neste exercício, sob o lema "África pela paz e prosperidade", um total de 462 elementos, sendo 338 militar, 54 polícias e 70 civis.
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) é composta por 16 Estados-membros, nomeadamente Angola, Botswana, Comores, República Democrática do Congo, eSwatini, Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seychelles, África do Sul, República Unida da Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
A organização foi fundada a 17 de Agosto de 1992. Com sede em Gaberone, Botswana, o surgimento resultou de um longo processo de consulta dos líderes da região.
O presidente da República de Angola, João Lourenço, assumiu, em Agosto último, em Luanda, a presidência rotativa da SADC. DJ/ACS/SC