Luanda - A França saudou, esta quarta-feira, a decisão do cessar-fogo acordado pelas partes envolvidas no conflito no Leste da RDC, a partir de 4 de Agosto e encoraja-as a respeitar os seus compromissos.
De acordo com uma nota da embaixada de França em Angola enviada à ANGOP, o país europeu alegra-se com a reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros da República Democrática do Congo (RDC) e do Rwanda sobre questões relacionadas com a segurança e a paz no Leste da RDC, organizada, quarta-feira, por Angola no âmbito da mediação liderada por este país, o processo de Luanda.
Por isso, indica o documento, felicita Angola pelos seus esforços de mediação e continuará a apoiar o processo de Luanda, a fim de se avançar para uma solução diplomática para a actual crise.
Novo Acordo de Cessar-fogo
A segunda reunião ministerial sobre a situação de paz e segurança, no Leste da República Democrática do Congo (RDC), decorrida esta terça-feira, em Luanda, acordou um cessar-fogo, a partir da meia noite do dia 4 de Agosto.
O encontro, orientado pelo ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António, juntou à mesma mesa os chefes de diplomacia da RDC, Thérèse Kayikwamba Wagner, e do Ruanda, Olivier Jean Patrick Nduhungirehe.
De acordo com o comunicado final da reunião, o cessar-fogo será supervisionado pelo Mecanismo de Verificação Ad Hoc reforçado.
A reunião de terça-feira (30) surgiu na sequência da sessão ministerial de 21 de Março de 2024, em que as delegações dos três países concluíram ser imperativo o alcance de uma paz sustentável, no Leste da RDC, para potenciar o desenvolvimento económico e o bem-estar social das comunidade desses países vizinhos e da sub-região dos Grandes Lagos.
Essas iniciativas visam incentivar o diálogo ao mais alto nível e restabelecer um ambiente de confiança entre ambas as partes, para evitar que a actual crise política se transforme num conflito regional.
O conflito no Leste da RDC, que persiste desde 2022, é liderado por forças do movimento rebelde
M23, que supostamente têm sido apoiadas por forças do governo ruandês.
Os ataques, que retomaram em Dezembro de 2023, tem como alvo as populações civis, bem como a violação dos direitos humanos, incluindo a ocupação de várias áreas no território congolês, o que constitui uma clara violação dos Processos de Luanda e Nairobi, prejudicando assim os esforços e iniciativas diplomáticas para a paz e estabilidade naquele país. ART