Luanda – Cerca de USD 257 milhões foram empregues em oito (8) projectos financiados pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) em Angola, nos últimos anos, atingindo mais de 486 mil famílias rurais.
A informação foi prestada esta quinta-feira por Donal Brown, responsável pelo departamento de Gestão de Programas do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), à margem de uma audiência concedida pela Vice-Presidente da República, Esperança da Costa.
Este funcionário frisou que durante o encontro foram analisadas as acções de cooperação entre Angola e o FIDA nos vários projectos, principalmente na aposta da aquicultura, tendo ainda manifestado a sua satisfação com os resultados encontrados durante as visitas efectuadas aos projectos desenvolvidos no país.
“O projecto da aquicultura foi um sucesso e Angola é campeão. Esperamos que se multipliquem acções idênticas ao nível nacional”, sublinhou.
Na ocasião, a embaixadora de Angola na Itália, Fátima Jardim, que testemunhou a audiência, frisou que o responsável do FIDA mostrou-se bastante satisfeito com os resultados encontrados em Angola e quer continuar a apostar na parceria já existente.
Reafirmou que Angola é um exemplo pelas transformações que o governo está a empreender nos sectores produtivos da agricultura e pescas.
“Nós temos aqui a afirmação e compromisso de que a instituição vai, no quadro do FIDA 13, continuar a sua parceria com o país”, sublinhou.
A diplomata disse ainda que o FIDA convidou Angola a co-presidir a uma Conferência internacional da instituição, que terá lugar em Dezembro do corrente ano, em França, por ser um país africano com resultados positivos.
O FIDA, criado em 1977 para dar resposta à seca e episódios de fome que têm vindo a afectar África e a Ásia ao longo do tempo, trabalha em regiões mais remotas de países em desenvolvimento e em situação de fragilidade, onde poucas instituições financeiras internacionais actuam.
A instituição promove o aumento dos investimentos públicos e privados na agricultura e no desenvolvimento de infraestruturas rurais, visando o combate à pobreza, à fome e aumento da resiliência junto da mulher rural, numa altura em que se posiciona como o segundo maior investidor multilateral em segurança alimentar e nutricional do mundo, dedicando-se ao financiamento e mobilização do cofinanciamento dos Estados-Membros e de países em desenvolvimento.
Fruto deste trabalho, a instituição conseguiu contribuir, até hoje, com 19,7 mil milhões de dólares em empréstimos e doações, e mobilizou recursos adicionais de 27,1 mil milhões de dólares em cofinanciamento e fontes domésticas.
Em 2017, cerca de metade dos fundos aprovados foram absorvidos pelo continente africano e 35% se destinaram a países em situações de fragilidade.
As pesquisas mostram que os investimentos do FIDA reduziram a pobreza em 5,6-9,9% em comparação com 3-7% nos programas de transferência de renda.
Actualmente, o organismo tem como desafios trabalhar na recolha de financiamento para o desenvolvimento, maximizar a atribuição de fundos para os países de baixos rendimentos com vista a promover uma integração sistemática de adaptação às mudanças climáticas, fazendo desta o elemento central de um novo programa de redução da pobreza rural. FMA/SC/ADR