Luanda - O Presidente da República Centro-Africana (RCA), Faustin -Archange Touadéra, reconheceu, quarta-feira, em Bangui, o papel desempenhado pelo Chefe de Estado angolano, João Lourenço, na implementação do Acordo Político para a Paz e Reconciliação neste país.
O facto aconteceu durante uma audiência que Faustin Touadéra concedeu ao grupo dos chefes de delegações dos Estados-Membros do Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana, do qual fez parte o representante permanente de Angola junto da organização continental, Miguel Bembe.
Segundo uma nota de imprensa enviada à ANGOP, na ocasião o Presidente da RCA deu a conhecer que o seu país realizará, em 2025, as primeiras eleições municipais/locais, tendo solicitado, para o efeito, o apoio logístico e financeiro da União Africana.
Por seu turno, no âmbito de outros encontros de trabalho que a missão da UA manteve em Bangui, o diplomata Miguel Bembe realçou a contribuição de Angola para o levantamento do embargo sobre o fornecimento de armas imposto à RCA pela ONU.
Falou também da relevância da 1221ª Reunião do CPS, dedicada à situação naquele país, ocorrida a 11 de Julho, no âmbito da presidência rotativa de Angola que formulou as recomendações concretas para a suspensão do referido embargo.
Reconheceu os esforços das autoridades centro-africanas na aplicação do Acordo Político para a Paz e a Reconciliação e do Roteiro Conjunto de Luanda para a Pacificação, que já permitiram a reintegração de mais de três mil ex-combatentes nas suas comunidades, o desarmamento de seis mil ex-militares e a entrega voluntária de armas por cerca de mil e quinhentos rebeldes.
Reafirmou ainda o compromisso de Angola em apoiar a União Africana nas diligências junto de parceiros internacionais tendentes à obtenção de auxílio financeiro e logístico para a execução do Plano Nacional de Desenvolvimento da RCA para o período 2024-2028, a fim de transformar o seu potencial numa realidade sustentável.
A audiência marcou o encerramento da agenda da Missão de Campo do CPS da UA à RCA, iniciada no dia 9, que visou manifestar o apreço pelos progressos efectuados pelo governo na promoção da paz e da segurança, encorajar os civis a entregar voluntariamente as armas às autoridades estatais, sem medo de prisão ou de processos judiciais, e inseriu-se na comemoração do mês da Amnistia em África, na cidade de Bangui.
Setembro foi declarado “Mês da Amnistia em África” durante a 29ª Sessão Ordinária da Conferência da União Africana, realizada nos dias 3 e 4 de Julho de 2017, em Addis Abeba, Etiópia, para promover a entrega e recolha de armas ligeiras e de pequeno calibre (ALPC) ilícitas, sob anonimato e imunidade contra processos judiciais.
A efeméride foi comemorada pela primeira vez em 2022, na cidade de Lomé, Togo, tendo a capital moçambicana, Maputo, acolhido a celebração em 2023.FMA/ART