Luanda - A representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, Gherda Barreto Cajina, destacou, esta quinta-feira, o posicionamento de Angola no fórum internacional da organização, onde apresentou o plano de negócio para atrair um investimento de aproximadamente um bilião de dólares.
A diplomata, que falava no final de uma audiência concedida pela Vice-presidente da República, Esperança da Costa, avançou que, com o plano apresentado, no ano passado, no fórum da FAO, nos sectores da pesca, pecuária e planagrão, Angola demonstrou a contrapartida para dinamizar os corredores Leste e do Lobito.
Frisou que o país apresentou em Roma, Itália, 10 compromissos para transformar o sistema alimentar e a actualização da estratégia nacional de segurança alimentar.
Na ocasião, destacou ainda o trabalho com as autoridades angolanas para a implementação de políticas destinadas ao sector, com destaque para a realização do primeiro censo de agricultura no país, em colaboração com o Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Ministério da Agricultura.
Outro aspecto demonstrativo da evolução neste domínio, de acordo com a responsável, está no facto de actualmente Angola estar já a reportar o Objectivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 2), com a escala de segurança alimentar.
Gherda Barreto Cajina disse ainda que a FAO trabalhou na agenda da inovação, com a criação de três planos com os ministérios da Economia e Planeamento e da Indústria e Comércio para acelerar o agro-processamento de pequena escala que se implanta em unidades transformadoras de mulheres e jovens.
Também no quadro da cooperação, referiu-se ao trabalhou com o Ministério da Agricultura e Florestas para melhorar as metodologias no sentido do desenvolvimento de uma ferramenta-processo de aceleração de produção, principalmente nas zonas mais afectadas pela seca, visando a obtenção de alimentos em pouco tempo e com auto-sustentabilidade.
Deu também a conhecer que a FAO trabalhou no reforço e na transformação do sistema agro-alimentar angolano e para a erradicação da fome no país, bem como em várias outras áreas, tendo acompanhado as políticas públicas destinadas a acelerar o plano de agricultura familiar.
A responsável da FAO referiu que Angola decidiu elaborar a política de agricultura familiar com assistência técnica desta organização, acompanhando tecnicamente a estratégia do mar e das políticas públicas para posicionar o país nos fóruns globais de atracção de investimento para o sector.
De acordo com Gherda Barreto, a capacitação das mulheres não apenas reduz a fome, mas também impulsiona a economia e reforça a resistência às crises como as alterações climáticas e pandemias.
Aos jornalistas, informou que, na próxima semana, vai ser lançado o primeiro Atlas de Agrobiodiversidade do país, numa parceria com o Ministério do Ambiente.
Gherda Barreto Cajina termina a 15 de Fevereiro a sua missão de cinco anos, durante a qual, além de dedicar esforços à consolidação dos laços entre Angola e a FAO, concentrou a sua actividade, fundamentalmente, nas áreas do desenvolvimento sustentável e da segurança alimentar.
A FAO tem uma estreita cooperação com Angola, desde que o país aderiu à Organização, em 1977. Em 1982, o fundo instalou a sua representação no país e, desde então, tem colaborado nos programas do Governo de assistência de emergência, reassentamento das famílias rurais vulneráveis e no fornecimento de insumos agrícolas para a produção de alimentos.
Criada em 1945, em Québec (Canadá), a FAO, composta por 194 Estados-membros, mais a União Europeia (UE), presente em mais de 130 países, é uma agência das Nações Unidas com o objectivo de erradicar a fome e a pobreza no mundo. FMA/SC/ADR