Luanda – O chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas Angolanas (FAA), general de aviação Altino dos Santos, reiterou esta sexta-feira, em Luanda, que o país conta com a contribuição e experiência dos oficiais generais e almirantes, reformados, na defesa dos valores nobres assentes na justiça e na legalidade constitucional.
Altino dos Santos, que falava durante uma cerimónia de homenagem a 52 oficiais-generais e almirantes reformados, realçou o papel desempenhado por estes, ao longo de décadas, no cumprimento de missões em prol da defesa da independência e da soberania nacional.
Apelou-os para que se dediquem a “abraçar” e fortalecer a paz, independentemente de estarem fora do activo.
“Angola, país que soubeste defender com total entrega e abnegação invulgar, continuará a contar sempre com a vossa valiosa contribuição e devotada experiência na defesa dos valores nobres assentes na justiça e na legalidade constitucional”, afirmou.
Segundo o general de aviação, os militares ora reformados poderão emprestar o seu saber, em diversos momentos, na qualidade de conferencistas, bem como em missões internas ou externas que sejam superiormente definidas.
Nesta conformidade, manifestou o apoio do Estado-Maior-General das FAA na defesa da sua dignidade, como homens que deram o melhor de si para manter o país no caminho que é reservado na história.
Durante o acto, realizado no ex-RI-20, observou-se a leitura da ordem do Comandante-em-Chefe das FAA sobre a passagem do serviço militar activo à reforma, assim como a entrega de certificados de mérito e medalhas aos oficiais, em reconhecimento do seu contributo nas Forças Armadas e na Pátria, de forma geral.
Ao proceder à leitura da mensagem dos oficiais reformados, o brigadeiro Dani Bravo considerou ser com satisfação e sentimento de dever cumprido que o grupo deixa as Forças Armadas, pois “servir a pátria ao longo dos anos foi e continuará a ser o maior orgulho destes filhos de Angola”.
“Ontem nas primeiras linhas contra as agressões e ameaças externas à nossa soberania e integridade do solo pátrio, hoje e sempre na consolidação da paz, desenvolvimento harmonioso do país e na melhoria do bem-estar de todos os angolanos”, disse, referindo-se aos enormes sacrifícios consentidos por essa geração.
Em declarações à ANGOP, os generais reformados Jacques Raul, ex-comandante do Exército, Marques Correia Banza, antigo inspector-geral do Ministério da Defesa Nacional, e o tenente-general Carlos Coelho da Cruz “Faísca”, ex-comandante da 101ª Brigada de Tanques, sublinharam a importância do evento, o qual consideram de elevado reconhecimento dos 49 anos de serviço em prol da nação.
Os entrevistados corroboraram na disposição de voltar a servir as Forças Armadas, caso haja necessidade, nas mais variadas áreas, tendo apelado às novas gerações para prosseguirem os desafios com firmeza e determinação.
Lembraram, no entanto, ter sido o seu percurso longo, com muitas vicissitudes pelo meio, entre boas e más recordações.
Para Jacques Raul, todo o militar deve amar, respeitar a pátria e lutar por ela, de forma que ela seja duradoura por milhares de anos.
“Fomos uma geração bem concebida porque conseguimos, naquela altura, entrar com sentido patriótico, lutar e vencer, alcançando a paz que o país merecia”, disse.
Por sua vez, Carlos da Cruz “Faísca” afirmou ter o moral alto, pois é bastante satisfatório quando se cumpre um dever com zelo e dedicação e no final o país reconhece.
Já Marques Correia Banza apontou, entre outros, os institutos e academias militares como sendo áreas onde o grupo pode transmitir a sua experiência aos mais novos.
Constam de entre outros reformados, o general de Exército, Egídio Sousa Santos “Disciplina”, ex-chefe do Estado-Maior-General das FAA, e Emílio de Carvalho Sobrinho “Bibi”, antigo vice-chefe do Estado-Maior para Área Social.
Foi distinguido, a título póstumo, o general Adelino Samuel Capinãla “Sami”, nesta segunda cerimónia de homenagem, depois de, em Junho último, cerca de 70 oficiais-generais e almirantes reformados terem sido igualmente homenageados. VC/SC