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Executivo implementa políticas de paridade de género

     Política              
  • Luanda • Sexta, 09 Agosto de 2024 | 12h08
Presidente da República, João Lourenço discursa na abertura do lançamento da campanha "Somos todos iguais "
Presidente da República, João Lourenço discursa na abertura do lançamento da campanha "Somos todos iguais "
Joaquina Bento-ANGOP

Luanda – O Presidente da República, João Lourenço, reafirmou, esta sexta-feira, em Luanda, a aposta do Executivo na implementação de políticas que valorizam adequadamente o papel das jovens mulheres na sociedade.

João Lourenço discursava na abertura da Conferência da Organização das Primeiras-Damas para o Desenvolvimento (OPDAD) sob o lema “A Educação para a Igualdade de Género e a Luta contra a Violência Infanto-Juvenil”.

Enfatizou a necessidade da construção de uma sociedade inclusiva e dinâmica, atribuindo às jovens mulheres responsabilidades dentro de um quadro de paridade do género.

“Ao fornecermos oportunidades iguais de aprendizagem e de formação, estamos a munir as jovens mulheres de ferramentas que as podem ajudar a pôr em evidência todo o seu potencial e, assim, contribuir plenamente para a construção de uma sociedade inclusiva e dinâmica”, sustentou.

Assegurou que este é o grande objectivo do Executivo angolano que, dentro dos condicionalismos e das dificuldades que o país ainda enfrenta, tem procurado implementar políticas que valorizam adequadamente o papel da mulher na sociedade, atribuindo-lhe responsabilidades dentro de um quadro de paridade de género.

Perante as Primeiras-Damas de África, entre outros dignitários, João Lourenço disse ser fundamental perceber que a construção de sociedades “em que sejamos de facto iguais faz parte de um processo no qual governantes, políticos, agentes sociais e culturais e os cidadãos, de uma maneira geral, devem assumir em consciência um papel responsável e activo na edificação desta arquitectura social dos tempos modernos”.

A esse respeito, o Chefe de Estado recomendou que não pode mais haver lugar a nenhum tipo de discriminação económica, laboral, de acesso ao ensino e aos serviços de saúde e ao emprego. Instou as participantes no evento a identificar e definir conjuntamente as ferramentas e metodologias que poderão ajudar a colmatar disparidades, entre as quais destacou a de género, que ainda persiste no mundo em geral e no continente em particular, através de um diálogo aberto e inclusivo, que possa ajudar a construir uma visão clara e convergente sobre os caminhos a percorrer para garantir a edificação de sociedades onde as mulheres e as meninas se possam sentir inseridas em circunstâncias de absoluta igualdade.

O Chefe de Estado entende que não basta formular ideias e conceitos que podem ser teoricamente muito bem acolhidos, mas que pecariam na sua aplicabilidade, por ausência de mecanismos e normas que levem a uma alteração das mentalidades daqueles que teimam em oferecer resistência aos bons padrões de comportamento social.

Frisou que a campanha sob o lema “Somos Todos Iguais”, promovida pela Organização das Primeiras-Damas Africanas para o Desenvolvimento, “obriga-nos a pensar nos pilares sobre os quais esta grande ideia se vai sustentar, sendo a educação a que desempenha o papel fundamental na promoção da igualdade de género e no empoderamento das mulheres desde a tenra idade”.

Considerou importante que a educação promova valores de respeito, igualdade e diversidade, para combater estereótipos de género e promover entre si relações saudáveis.

“É importante agir-se ao nível das famílias, das escolas e das comunidades, no sentido de se promover permanentemente entre os jovens, meninas e rapazes, a cultura da não- discriminação, para que se elimine a ideia absurda da superioridade do homem sobre a mulher, preconceito que está quase sempre na base da violência física e psicológica, dos maus-tratos morais e de outros abusos”, assinalou.

Construção de um modelo ideal de sociedades

João Lourenço reconheceu, na ocasião, que a construção de um modelo ideal de sociedades inclusivas e paritárias em termos de género requer um esforço convergente entre as instituições públicas, privadas e a sociedade civil, onde as mulheres e as meninas, cientes dos seus direitos e convenientemente preparadas sobre como defendê-los, têm um papel crucial a desempenhar em termos de denúncia sem medo junto das autoridades competentes, das práticas de assédio e abusos diversos que as afectam.

Lembrou que é necessário ter sempre presente os ensinamentos da história recente da humanidade, que relata factos que demonstram que as relações entre humanos baseada na ideia da superioridade, como foi o caso da escravatura no passado, do racismo e do fundamentalismo religioso nos dias de hoje, não contribuem de modo algum para a harmonia social necessária à congregação dos esforços de todos, em favor do progresso e do desenvolvimento.

Aproveitou a oportunidade para exortar as Primeiras-Damas, reunidas em Luanda, a juntarem suas vozes às de milhões de mulheres no mundo, apelando para o fim imediato dos conflitos na RDC, no Sudão, na Ucrânia e na Palestina, em defesa da vida e da dignidade das mulheres e crianças, que, embora indefesas e inocentes, são sem sombra de dúvidas as principais vítimas destas guerras.

 Augurou uma jornada de trabalho frutuosa, com resultados que possam ter um efeito positivo e perene sobre a mudança de comportamentos que deve ocorrer rapidamente “para se construir a sociedade em que possamos dizer que, realmente” “Somos Todos Iguais”. DC/VIC

 





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