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Executivo promove protecção das minorias

     Política              
  • Luanda • Quinta, 24 Novembro de 2022 | 13h57
Secretária de estado para os direitos humanos e cidadania, Ana Celeste Januário 
Secretária de estado para os direitos humanos e cidadania, Ana Celeste Januário 
Francisco Miúdo

Luanda –  A secretária de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania, Ana Celeste Januário, reafirmou, esta quinta-feira, que o Executivo angolano continuará a promover a protecção das minorias, quer sejam sexuais, quer étnicas ou linguísticas.

Neste contexto, disse que Angola já introduziu no seu ordenamernto jurídico a crimininalização da discriminação  com base na orientação sexual, género ou condição social.

A responsável fez este pronunciamento ao discursar na abertura do Fórum Regional  de Magistrados dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) sobre a não discriminação e inclusão de grupos vulneráveis que decorre em Luanda durante dois dias, numa iniciativa do Ministário da Justiça e dos Direitos Humanos, Instituto  Nacional de  Estudos Judiciais ( INEJ) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento ( PNUD).  

Ana Celeste reconheceu que ainda existem vários desafios na legislação angolana, bem como no reforço da capacidade técnica e institucional para a sua efectiva implementação.  

Frisou que se continua a assistir a situações de estigma, discriminação  e violência por conta da orientação sexual de muitos cidadãos.

Disse ter conhecimento que em muitos países existem  desafios na aplicação de leis protectoras, com vista a   promovção a não discriminação e garantir a inclusão de grupos vulneráveis marginalizados.

Por esta razão, segundo a secretária de Estado,  o papel dos magistrados nos PALOP é fundamental para assegurar a aplicação de leis  contra todo tipo e forma de discriminação, bem como, assegurar a inclusão de todas pessoas.

Sustentou que o poder judicial continua a desempenhar um papel  crucial na protecção  dos direitos, liberdades e  garantias fundamentais dos cidadãos  que tem sofrido discriminação  em virtude da sua orientação sexual, opções políticas, ideológicas  que muitas vezes tem levado a serem marginalizados das sociedades.

“Uma jurisprudência baseada na equidade não só salvaguardaria  os direitos individuais e de grupo, como também contribuiria para a transformação de comportamentos  sociais, no sentido de criar sociedades mais justas e inclusivas”, sublinhou.

Entretanto, a representante residente-adjunta  do PNUD, Mamisoa  Rangers, afirmou que dados apontam que 60 por cento dos países da África Oriental, Ocidental, Austral e Central possuem leis que criminalizam o sexo entre pessoas do mesmo sexo.

Frisou que para esta parcela da sociedade a violência, o  tratamento degradante, a exclusão e a discriminação é uma realidade diária, com impacto na sua capacidade de participar  na sociedade numa base de igualdade e ter acessso aos serviços necessários.

No entanto, manifestou-se satisfeita por em nenhum dos PALOP ter estas leis, estando entre os mais tolerantes e com direitos consagrados a certos grupos vulneráveis,numa  pesquisa que englobou 36 países.   

 Mimosa Rangers  considera  o fórum, que decorre na capital angolana,  uma  oportunidade  de espaço  seguro para discutir o papel  dos juízes e procuradores na  promoção do acesso à justiça e discutir como assegurar  uma interpretação e aplicação  progressiva das leis para promover os direitos  humanos  e a saúde pública das populações vulneráveis.

 Dirigido  especificamente aos PALOP este certame surge na sequência do Fórum Regional Africano  de Juízes, que se  realiza anualmente desde 2014, com apoio do PNUD, para  enfatizar  o papel  protector da lei na promoção  dos direitos das populações  marginalizadas e na redução  do número de novas infecções por VIH.

 O  Fórum Regional Africano  de Juízes foi criado como resposta às constatações  finais do relatório  da Comissão Global sobre o VIH e a lei de 2012 com o título “ Riscos, direitos e saúde”.

 No evento estão a ser abordadas  temáticas  como utilização de instrumentos  internacionais  e regionais  de  direitos humanos  na tomada  de decisões,  quadro  normativo  e legal  sobre  não discriminação  e  inclusão  nos países  participantes, bem como  reflexões  sobre o direito penal.

 

 

 





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