Luanda – O Presidente da República, João Lourenço, anunciou, esta quarta-feira, a construção de várias infra-estruturas de impacto social e económico no meio rural, para fixar as famílias aí residentes e atrair as que se encontram nas cidades e aumentar a força de trabalho local.
João Lourenço discursava na abertura da reunião do Conselho da República, órgão colegial consultivo do Chefe de Estado.
Segundo o Chefe de Estado, com o programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) e o surgimento de novos municípios, no âmbito da nova Divisão Político Administrativa (DPA, o Executivo vai melhorar as vias de comunicação, construir escolas, postos médicos e outras infra-estruturas no meio rural.
A ideia, de acordo com o Titular do Poder Executivo, é fixar as famílias aí residentes e atrair as que se encontram ansiosas e desempregadas nas cidades para aumentar a força de trabalho local, que é responsável pela maior produção agrícola que o país começa a verificar.
Aposta na agricultura familiar
Perante os seus conselheiros, o Presidente João Lourenço assegurou que o Executivo vai continuar a apoiar a agricultura familiar com os diferentes programas concebidos e em plena execução, por acreditar na capacidade já demonstrada pelas famílias do campo que, com esses programas, têm vindo a melhorar a sua condição de vida.
Deu conta que o Executivo, os partidos políticos, as igrejas e a sociedade civil devem repudiar o discurso negativista e tomar a dianteira no encorajamento às famílias camponesas pelos bons resultados que a agricultura apresenta hoje em todas as províncias do país.
Para si, o sucesso da luta contra a fome e à pobreza não depende do aumento das importações ou da política fiscal e cambial, mas sobretudo do aumento da oferta dos produtos alimentares produzidos pela economia nacional.
“Portanto, o segredo é trabalharmos mais e com melhores práticas de cultivo para conseguirmos chegar o maior rendimento possível por hectar”, vincou.
Reconheceu que a sociedade tem por tradição homenagear os militares que se destacam no campo de batalha, os fazedores de cultura, os desportistas e outros, “mas quase nunca homenageamos aqueles que, sol a sol, se curvam de enxada na mão para garantir que não faltem os alimentos à mesa dos angolanos”.
Ressaltou que com a paz que o país desfruta há 22 anos, o campo de batalha de hoje deve ser os campos agrícolas, “de onde fazendeiros e camponeses, com o seu abnegado trabalho, extraem os produtos alimentares que não precisamos de continuar a importar”.
“Temos de olhar para as famílias camponesas com outro respeito e consideração, pelo trabalho árduo que realizam pelo nosso bem-estar, pela nossa saúde e por nos proporcionarem o pão nosso de cada dia”, vincou.
João Lourenço reconheceu, por outro lado, que o país já está a produzir bastante, mas não o suficiente ainda.
“Se estivermos determinados com objectivos e metas bem definidas, o Executivo, empresários, famílias camponesas organizadas e apoiadas, transportadores e comerciantes juntarem as mãos para essa causa comum no combate à pobreza, do aumento da produção interna e de bens alimentares sairemos vitoriosos”, exprimiu. DC/ART