Nova Iorque (Dos enviados especiais) - O Debate da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas iniciou-se esta terça-feira, com a participação de mais de 196 oradores, incluindo o Presidente angolano João Lourenço, que discursa quarta-feira.
O evento discute questões globais como as alterações climáticas, o alívio da dívida soberana e formas de auxílio aos países para o alcance das metas globais, além dos conflitos, incluindo o da Rússia e a Ucrânia.
No primeiro dia do Debate, que se estende até 26 de Setembro, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, afirmou que o mundo está a ficar mais desequilibrado e regista o aumento das tensões geopolíticas.
Conforme Guterres, os desafios globais aumentam, mas os Estados-membros da ONU parecem incapazes de responder às ameaças existenciais, em particular à crise climática e às tecnologias disruptivas.
No seu discurso, enfatizou que a democracia está sob ameaça, o autoritarismo em marcha e a desigualdade a crescer, tendo defendido o cumprimento das obrigações de cada Estado nos termos da Carta das Nações Unidas, para garantir o direito à paz.
O Secretário-Geral da ONU disse, por outro lado, que as ameaças nucleares colocam o mundo e todos os seus habitantes em risco, sublinhando que gnorar tratados e convenções globais torna todos menos seguros.
Por sua vez, o Presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, defendeu maior igualdade na distribuição dos recursos mundiais e pediu, para o efeito, maior engajamento daqueles que governam o mundo.
Segundo Lula, os Estados-membros da ONU estão ainda muito distantes do cumprimento das metas da Agenda 2030, que já está na metade da sua implementação.
Para si, o imperativo de erradicar a pobreza e a fome ainda está muito longe de ser uma realidade, daí defender a redução da desigualdade como um dos temas prioritários da ONU, nos próximos sete anos.
Sobre a política interna, disse que vai trabalhar para unir o Brasil e construir um Estado soberano, justo, sustentável, solidário, generoso e alegre, sublinhando que o país está a reencontra-se com o mundo.
Já o Presidente norte-americano, Joe Biden, voltou a condenar a invasão da Ucrânia, pela Rússia, e afirmou que aquele país é o único a obstaculizar a paz.
Conforme o Estadista americano, a Rússia pensa que o mundo vai permitir a permanência dos ataques à Ucrânia sem consequências, facto que poderia pôr em risco a protecção mundial.
"Teremos que defender a Ucrânia dessa agressão e o seu futuro. Vamos defender a soberania da Ucrânia e a sua integridade territorial", enfatizou.
Joe Biden disse, por outro lado, que o mundo não pode fazer vista grossa aos conflitos, como o de Darfur e outros lugares, tendo afirmado que o caminho é duro, mas ainda se pode construir uma base para todos.
Este ano, o Debate Geral, que será orientado pelo presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, marca o primeiro encontro totalmente presencial de líderes mundiais na sede da organização, após o surgimento da Covid-19.
O evento decorre sob o tema "Reconstruir a confiança e reacender a solidariedade global: acelerar a ação sobre a Agenda 2030 e seus Objectivos de Desenvolvimento Sustentável em direcção à paz, prosperidade, progresso e sustentabilidade para todos".
O Debate Geral da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas foi antecedido da Cúpula dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (do inglês, SDG Summit), que decorre desde segunda-feira, em Nova Iorque.
Nesse evento, cujo término acontece hoje, Chefes de Estado e de Governo estão a revisar a implementação da Agenda 2030 e dos 17 ODS, Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. ELJ