Nova Iorque (Dos enviados especiais) - Angola participou esta quarta-feira, na sede das Nações Unidas, Estados Unidos da América, no Diálogo de Alto Nível sobre Financiamento do Desenvolvimento 2023.
Este encontro representa uma plataforma importante para os Estados-membros e partes interessadas debaterem, ao nível dos Chefes de Estado e/ou Chefes de Governo, soluções criativas para os actuais desafios.
O Diálogo de Alto Nível, que decorreu no âmbito da 78ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, busca mobilizar apoio político e fazer avançar a implementação da Agenda 2030 virada para o Desenvolvimento Sustentável.
Faz parte integrante de uma série de eventos interligados e destinados a fazer avançar a aplicação da Agenda de Acção de Adis Abeba, que estabelece uma base sólida para apoiar a implementação da Agenda 2030.
Nesta Reunião, Angola foi representada pela ministra das Finanças, Vera Daves, que considerou proveitoso o debate, centrado na necessidade de mobilizar mais capital para as instituições multilaterais.
Segundo a governante, os participantes defenderam a necessidade de aumentar a voz e a representatividade de economias de algumas nações, como as africanas, junto dos governos dessas instituições.
De igual modo, disse, foi abordada a questão da aceleração do encaminhamento das ordens de saque de países que não precisam tanto dele para iniciativas de apoio à aceleração da implementação dos objectivos do desenvolvimento sustentável para banco de desenvolvimento regional, a fim de financiarem também projectos com foco nos ODS.
Vera Daves informou que o encontro serviu para revisitar aquilo que são as quotas ou a participação de países menos bem representados nas multilaterais, para que possam tirar mais partido das suas economias.
Disse esperar que da interacção resultem acções práticas de instituições como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e as agências do sistema da ONU.
A ministra das Finanças disse, por outro lado, que não houve, durante os debates, qualquer promessa específica de financiamento para projectos que envolvem as ODS.
"O que há é um conjunto de declarações políticas que é necessário prestar mais atenção aos países cujo GAP, em termos de infra-estruturas e desenvolvimento seja maior, onde, naturalmente, Angola se incluiu", precisou.
Disse haver o entendimento de que seja necessário darmaior atenção à Africa e que os africanos estejam melhor representados nas organizações internacionais.
"O tom da conversa é esse, pelo que vamos vontinuar a acompanhar nas reuniões bilaterais que forem acontecendo daqui para frente, para o seguimento das Declarações Políticas aqui manifestas", rematou.
Por sua vez, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, referiu no discurso de abertura do Diálogo de Alto Nível sobre o Financiamento do Desenvolvimento que "um em cada três países em todo o mundo corre risco elevado de uma crise orçamental".
Conforme Guterres, todas as questões em discussão durante a 78.ª Assembleia Geral da ONU, as “finanças podem ser as mais cruciais”, pelo facto ser o "combustível que impulsiona" o progresso na Agenda 2030 e no Acordo de Paris.
Afirmou que o progresso nas prioridades da ONU, como a pobreza e a fome "inverteu-se pela primeira vez em décadas", num momento em que faltam apenas sete anos para 2030 – data limite para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). ELJ