Benguela - Os presidentes da Zâmbia, Hakainde Hichilema, da República Democrática do Congo, Félix Tchissekedi, e o vice-presidente da Tanzânia, Philip Mpango, deixaram já o país, depois de participarem na Cimeira Multilateral sobre o Corredor do Lobito.
A Cimeira contou ainda com a presença do Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, para além de João Lourenço, na qualidade de anfitrião.
Na ocasião, Hakainde Hichilema destacou a importância do Corredor do Lobito para a implementação da zona de livre comércio africana.
Por este facto, o Estadista zambiano disse que o desenvolvimento do Corredor do Lobito é igualmente importante não só importante para os países da SADC, mas para todas as nações do continente.
Considerou que, através do Corredor do Lobito, se verificará uma mudança fundamental para os países atravessados por ele, as suas economias e os seus povos.
Já Félix Tchissekedi considera o corredor como uma oportunidade única de integração regional, de transformação ecnómica e de melhoramento das condições de vida das populações locais.
Para si, a infra-estrutura não é apenas um projecto económico, mas um tratado de união entre Angola, RDC, Zâmbia e Tanzânia, bem como simboliza a vonta colectiva de converter o potencial existente em prosperidade tangível para as populações locais.
Avançou que esse eixo de transporte, com ligações às regiões de mineração da RDC e da Zâmbia ao Porto do Lobito, vai transportar em torno de 20 milhões de toneladas de mercadorias até 2030.
Questões relacionadas ao desenvolvimento e expansão do Corredor do Lobito, com o aumento dos investimentos, estiveram no centro da discussão.
A propósito, o Presidente Joe Biden anunciou um acréscimo do financiamento de 600 milhões de dólares, para a expansão da infra-estrutura agrícola, construção de redes móveis de alta velocidade e a contínua reforma do Caminho de Ferro de Benguela.
O Corredor do Lobito é uma rota estratégica e de grande importância econômica e logística para Angola, países vizinhos e a região da África Austral. Ele conecta o Porto do Lobito, localizado na costa atlântica de Angola, com as regiões interiores do país e os países sem acesso ao mar, como a República Democrática do Congo (RDC) e a Zâmbia.
Este importante corredor serve como uma via essencial para a exportação e importação de mercadorias, particularmente minerais como cobre, cobalto e outros recursos extraídos na RDC e na Zâmbia. Oferece acesso ao mercado global, reduzindo custos logísticos para esses países.
Com investimentos contínuos e parcerias internacionais, o Corredor do Lobito tem o potencial de se tornar um dos principais eixos de transporte e comércio na África, também estimula o crescimento económico das províncias do interior de Angola .
Os Estados Unidos têm investido significativamente no Corredor do Lobito, com um aporte financeiro recente de 1,3 bilhões de dólares.
Esse montante foi oficializado em Maio de 2024, como parte de acordos assinados entre os governos dos EUA e de Angola.
O financiamento é destinado a três principais projectos de infraestrutura relacionados ao corredor, com foco em transporte, energia renovável e conectividade. CRB