Luena - A maturidade de Angola na mediação e resolução dos conflitos em África, com vista à manutenção da paz no continente, foi destacada, esta quarta-feira, no Luena, por cientistas políticos.
Ao analisarem o papel de Angola na mediação da crise entre o Rwanda e a República Democrática do Congo (RDC), especialistas em Relações Internacionais e Ciência Política destacaram a “velha tradição" e maturidade na gestão destes "sensíveis" processos.
Em declarações à ANGOP, a especialista em Relações Internacionais Makonga Nadine considerou positiva a determinação do Presidente da República, João Lourenço, na busca da estabilidade e paz no continente.
A docente de Política de Segurança e Defesa, História da Diplomacia e Direito Diplomático Consular disse que Angola está a "transportar" para o panorama africano a sua experiência adquirida ao longo dos anos de conflito armado, com vista ao alcance da paz no continente.
De acordo com a académica, a política externa angolana, representada pelo Presidente da República, tem privilegiado as relações com os países vizinhos, aplicando uma diplomacia activa, permanente, ganhando prestígio e visibilidade no panorama mundial.
Para o alcance da paz na RDC e a prevenção de outras agressões, propôs o cumprimento do princípio da responsabilidade colectiva dos Estados, bem como a criação de uma entidade com supremacia na SADC, capaz de sancionar os países e movimentos que “atropelan" a segurança na região.
Por outro lado, encorajou o Presidente João Lourenço, enquanto “Campeão da UA para a Paz e Reconciliação”, a continuar com o mesmo empenho e determinação no seu papel de mediador, no quadro da segurança colectiva da SADC, para a atracção de mais investimentos para a região.
Já o politólogo Pedro Caiombo disse que a política externa de Angola é uma continuidade do interesse que o país sempre demonstrou, desde a sua independência, na pacificação e estabilidade da região da SADC e do continente.
O académico considerou que, com as constantes movimentações de mediação de paz, Angola está a se afirmar no panorama africano, transformando-se num “player” importante para as grandes nações e organizações na gestão de conflitos.
Acrescentou que a mediação dos conflitos no continente deve continuar, uma vez que a África precisa de paz para se afirmar com uma verdadeira potência e evoluir no investimento tecnológico e científico.
O Presidente João Lourenço preside à Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) e é o medianeiro da União Africana (UA) na crise entre o Rwanda e a RDC. TC/YD