Soyo - A Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana (ERCA) propõe-se a continuar a desenvolver um amplo movimento de literacia mediática, para que os cidadãos possam conhecer os seus direitos e as suas responsabilidades.
O facto foi anunciado esta quinta-feira, na cidade do Soyo, província do Zaire, pelo presidente do Conselho Directivo da ERCA, Adelino de Almeida, na abertura da palestra subordinada ao tema “Liberdade de Imprensa em Angola, Contexto e Desafios”, promovida pela sua instituição.
O responsável lembrou que o direito de informar e ser informado está plasmado na Constituição da República de Angola (CRA), pelo que prometeu engajamento da entidade que dirige na educação mediática dos cidadãos.
O amplo movimento traduz-se na promoção de palestras e encontros que abordam o exercício mediático no país em diversas regiões do país dirigidos à classe jornalística e aos cidadãos de diferentes estratos sociais.
Adelino de Almeida reconheceu, entretanto, ser uma tarefa difícil, por considerar que a liberdade de imprensa em Angola é um tema apaixonante que ainda divide opiniões, pelo que reputa de importância a contínua reflexão sobre este conceito e sobre o desempenho da comunicação social pública e privada.
Explicou que nestas abordagens, a ERCA tem o cuidado de convidar especialistas na matéria que interagem com diferentes estratos da sociedade, no sentido de esclarecer os desafios com que a comunicação social em Angola tem ainda de lidar.
Ao usar da palavra, na qualidade de anfitrião, o administrador municipal do Soyo, José Mendes Belo, considerou o tema da palestra bastante actual, pelo evoluir da acção mediática em Angola.
Lamentou o surgimento do fenómeno da imprensa digital no país, que, na sua opinião, nem sempre obedece aos ditames da profissão ao exercer um jornalismo com um certo pendor sensacionalista.
Apelou, por isso, à classe a primar por um jornalismo capaz de assegurar e fortalecer a democracia, assente no respeito pelas diferenças de opinião e na preservação dos direitos dos cidadãos.
“O exercício de um jornalismo livre, isento, plural e objectivo, capaz de elevar a consciência crítica e política dos cidadãos, garantindo o direito de informar e ser informado, nos termos da Constituição e da Lei, recomenda-se”, enfatizou.
Reconheceu, na ocasião, os esforços da classe jornalística no município e não só, no cumprimento do dever de informar, formar e educar os cidadãos.
Falando em representação do governador provincial, Adriano Mendes de Carvalho, o director provincial da Comunicação Social, Aguinelo Alberto Mocolo, manifestou regozijo pela iniciativa da ERCA e pediu que a mesma tenha sequência na região.
Orientou a palestra o jornalista e académico Carlos Calombo.
Participaram no evento, jornalistas de distintos órgãos públicos de informação, juristas, académicos, estudantes, funcionários públicos, representantes das autoridades tradicionais e religiosas, membros dos órgãos de defesa e ordem pública, entre outros. PMV/JL