Luanda – O envio do contingente militar angolano à República Democrática do Congo (RDC) acontecerá quando houver garantias da criação de condições nas áreas de acantonamento, afirmou, neste sábado, em Luanda, o ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado.
O governante falava à imprensa no quadro da visita de algumas horas do Presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, que se reuniu com o Chefe de Estado angolano, João Lourenço.
O Estadista congolês já regressou ao seu país.
Segundo Francisco Furtado, uma delegação do Mecanismo Ad hoc, integrando oficiais do Estado-Maior das Forças Armadas Angolanas (FAA), efectua neste sábado visitas às áreas previstas, para confirmar a existência de condições.
"Pensamos que no início da próxima semana teremos o relatório deste mecanismo, para se poder, eventualmente, prever uma data exacta do início do engajamento do nosso contingente na missão na Região Leste da República Democrática do Congo”, disse.
De acordo com Francisco Furtado, a criação vai permitir que, de facto, num prazo razoável, as posições estejam em condições para dar continuidade ao processo do engajamento do Mecanismo Ad hoc, assim como a movimentação do contingente para a RDC.
A princípio, prosseguiu, as áreas estão definidas, de acordo com os contactos mantidos com o Governo da RDC e com a direcção do M23.
Frisou que, pelo contingente previsto, foram definidas duas áreas que, poderão ser subdivididas em zonas, para o aquartelamento dos militares e para acolhimento das populações civis, com realce para os familiares dos militares do M23 e outros cidadãos civis que se encontram com o referido movimento.
"Só hoje começou o trabalho com esta comissão de mecanismo ad hoc, coordenada por Angola, e que integra também representantes oficiais do Rwanda que vai permitir certificar que as duas áreas têm condições para movimentar os efectivos e a elaboração do cronograma das actividades posteriores à criação de condições nestas áreas de aquartelamento", sublinhou.
Sobre o encontro entre os Presidente de Angola e da RDC, considerou bastante positivo, uma vez que resultou de acertos relativamente à confirmação deste país no engajamento da criação de condições para as áreas de aquartelamento.
Paragem das hostilidades
Quanto à situação no terreno, Francisco Furtado fez saber que continua a ser preocupação do Governo da RDC a necessidade de haver um engajamento de todas as partes (Congo, Rwanda e M23), no cumprimento do cessar das hostilidades.
“Na prática, há uma paragem das hostilidades no terreno, mas esta paragem deve ser total, evitando movimentos de forças de um lado para outro", explicou.
Aprovado recentemente pela Assembleia Nacional de Angola, o contingente angolano, estimado entre 450 a 500 homens, deverá permanecer na RDC 12 meses.
O mesmo será integrado por um batalhão das Forças Armadas Angolanas e respectivos componentes, cujos meios financeiros estão avaliados em 11 mil 266 milhões e 872 mil kwanzas, que deverão ser remanejados no quadro do orçamento do sector de Defesa e Segurança. NE/OHA/ADR