Ondjiva - O anúncio feito esta sexta-feira pelo Presidente da República, João Lourenço, para a implementação de mais três projectos estruturantes de combate à seca na província do Cunene foi enaltecido pelos líderes religiosos e autoridades do poder local.
Trata-se da construção das barragens de Calucuve e de Ndúe, assim como do projecto de transferência das águas do rio Cunene para regiões localizadas na margem direita do rio Cunene, concretamente nos municípios do Curoca e Cahama.
Em declarações à imprensa, no final das audiências concedidas hoje pelo Chefe de Estado angolano a essas entidades, foi reconhecido o esforço do Titular do Poder Executivo no apoio às populações afectadas pela fome e seca na região.
Para o bispo de Ondjiva, Dom Pio Hipunyati, a questão dos projectos estruturantes em execução e outros, com início previsto para Outubro, vai acabar com o sofrimento da população.
O prelado católico afirmou que o anúncio de mais projectos alegra as comunidades que no seu dia-a-dia enfrentam graves situações de sobrevivência.
Disse que o encontro serviu igualmente para encorajar o Presidente da República a continuar a lutar contra a corrupção.
Por seu turno, o pastor central da Igreja Bom Deus, Garcia Kafimana, lembrou que o problema da seca é evidente e enfatizou que a falta de água para a população, sobretudo a do meio rural, é um problema.
Por isso, encorajou o Presidente no sentido de continuar a dinamizar acções que visem minimizar a carência de água para o consumo humano e para desenvolver actividades pecuárias e agrícolas.
Já o Rei do Kwanhama, Jerónimo Haleinge, saudou as acções do Executivo com vista a resolver os problemas das populações da província do Cunene, que se debate fundamentalmente com a falta de alimentos em consequência da seca que continua a assolar a província.
João Lourenço recebeu ainda o soba grande do Curoca, epicentro da seca no Cunene, Joaquim Mutila, de quem ouviu preocupações relacionadas com a falta de água, prejudicando, tanto a população, como o gado, principal riqueza da comunidade.
Disse que a construção de chimpacas nas comunidades serve apenas para minorar o impacto da estiagem, não sendo, por isso, a melhor solução, visto que o problema deriva da falta de chuva.
“Em nome da comunidade do Curoca, devemos agradecer o anúncio do projecto de transferência de água do rio Cunene para a sede da comuna de Oncócua, para que a comunidade possa produzir alimentos para a sobrevivência”, sublinhou.
Na classe empresarial, Francisco Lumbamba e António Kachimane manifestaram preocupações relacionadas com o apoio ao micro-crédito e aos produtores, com a melhoria das vias de acesso e da linha de transportação eléctrica para as grandes áreas produtivas de Calueque, Calonga e Canganda.
Por seu lado, o director do Instituto Superior Politécnico de Ondjiva, Paulino Adriano, apresentou preocupações relacionadas com a falta de transporte e a necessidade do aumento de cursos, cuja implementação passa pela construção de um campo universitário ou a ampliação da actual estrutura.
Revelou ter recebido garantias de que a questão será equacionada pelo Governo central, com a possibilidade da construção de uma infra-estrutura condigna para o ensino superior na província.