Soyo - Duas embarcações anfíbias, denominadas Hovercrast, foram lançadas este sábado, na orla fluvial do município do Soyo, província do Zaire, pela Polícia de Guarda Fronteiras, para reforçar o patrulhamento do perímetro fronteiriço com a República Democrática do Congo (RDC).
Um dos meios aquáticos vai ser estacionado na península da Ponta do Padrão, encravada junto à foz do rio Zaire, ao passo que a outra embarcação servirá para patrulhar a zona costeira das demais ilhas do Soyo que se encontram perfiladas em diferentes canais afluentes do rio Zaire.
As referidas embarcações têm a capacidade de oito efectivos cada, sendo dois pilotos e seis operacionais e alcançam uma velocidade de 50 Nós, equivalentes a 100 km/hora.
Hovercraft é uma lancha anfíbia de alta velocidade que se apoia num colchão de ar para navegar em rios, lagos e é capaz de atravessar diversos tipos de solos.
O lançamento das duas lanchas anfíbias inseriu-se na operação designada “Ponta do Padrão”, que visa reduzir a porosidade da fronteira fluvial e terrestre entre a província do Zaire e a região do Congo Central (RDC).
A mesma operação deverá abarcar, também, a 3ª Unidade da Polícia de Guarda Fronteira estacionada no município de Mbanza Kongo e que atende, ainda, o município do Nóqui
O segundo comandante da Polícia de Guarda Fronteiras de Angola, comissário José Estêvão Mingas, que orientou o acto, explicou que os sistemas anfíbios ajudam tanto para o patrulhamento como também no apoio a situações de calamidade.
“Essas embarcações podem intervir, também, em situações de calamidades, epidemias que exijam a evacuação de doentes das ilhas do Soyo para a zona continental ou resgate de vítimas de eventuais sinistros”, sublinhou.
José Estêvão Mingas procedeu, igualmente, ao lançamento da primeira pedra para a construção de três postos de observação radiotécnicos na Ponta do Padrão com sua respectiva sala de monitoramento, que será equipada com câmaras de vigilância por radares com um raio de alcance até 30 km.
Os postos terão, ainda, sistemas de verificação automática e outros recursos tecnológicos destinados ao rastreamento em embarcações e em outras estruturas de interesse policial, no âmbito do combate às transgressões transfronteiriças.
Os mesmos sistemas serão revitalizados na subunidade de Kinzau e no posto de Vuandembo, município do Tomboco, quando no posto fronteiriço do Luvo, município de Mbanza Kongo, está em curso a construção de um outro sistema com a respectiva sala de monitoramento.
Ao todo, a província do Zaire terá sete postos de observação radiotécnica e quatro salas de monitoramento, nas zonas fronteiriças dos municípios do Soyo, Tomboco, Mbanza Kongo e Nóqui.
O segundo comandante disse que as fronteiras do Zaire, da Lunda-Norte, do Moxico, Cuando Cubango e Cunene continuam a merecer maior atenção dos seus efectivos por inspirarem ainda alguns cuidados em termos de contrabando de combustível e bens da cesta básica, assim como da imigração ilegal.
A província do Zaire partilha uma fronteira terrestre e fluvial de 310 quilómetros com a República Democrática do Congo. PMV/JL