Luanda - A embaixadora de Angola na Namíbia, Jovelina Imperial, apresentou, esta quarta- feira, condolências à família do “Pai da Nação” namibiana, Sam Nujoma, falecido no último sábado, por doença.
A diplomata dirigiu-se à residência oficial do malogrado acompanhada de outros embaixadores, na qualidade de decana do corpo diplomático acreditado na Namíbia, onde assinou o livro de condolências.
Na mensagem, destacou a figura incontestável de Sam Nujoma, como líder africano e fundador na nação namibiana, para a qual lutou incansavelmente pela independência.
Descreveu o malogrado como um líder destemido, um dos fundadores da SADC, que deixa um grande legado para esta e as novas gerações.
No período da manhã, a embaixadora também assinou o livro de condolências no Gabine da Primeira-Ministra da Namíbia, Saara Amadhila.
Sam Nujoma faleceu sábado último, dia 8, aos 95 anos em Windhoek, vítima de doença.
Trajectória
O africanista, nasceu a 12 de Maio de 1929 na vila de Etunda, na região de Omusati.
Foi activista e líder guerrilheiro, que se tornou no primeiro Presidente democraticamente eleito da Namíbia, depois de o país conquistar a Independência do regime do apartheid da África do sul.
Reverenciado como ícone da luta de libertação da Namíbia, assumiu a liderança do país, em 21 de Março de 1990, e foi formalmente reconhecido como "Pai Fundador da Namíbia" por meio de um acto do Parlamento, em 2005, tendo conduzido o país por 15 anos.
Nascida a 12 de Maio de 1929, no seio de uma família de agricultores, Sam Nujoma era o mais velho de 10 filhos.
Cuidava de vacas e cabras até que, aos 17 anos, deixou a remota aldeia onde vivia para se mudar para a cidade portuária ocidental de Walvis Bay.
Viajou por toda a África antes de chegar aos Estados Unidos, onde fez uma petição às Nações Unidas pela independência da Namíbia.
Depois, como líder da SWAPO à revelia, Nujoma criou o seu braço armado e em 1966 lançou uma guerra de guerrilha contra o governo da África do Sul.
Durante mais de uma década de guerra e muita pressão internacional liderada por Nujoma, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU em 1978 propôs um cessar-fogo e eleições, o que só viria a acontecer no final de 1989, com as primeiras eleições.
A SWAPO obteve a maioria nestas eleições e Sam Nujoma assumiu a Presidência em Março do ano seguinte.
Com a sua barba branca, imagem de marca, foi o último de uma geração de líderes africanos que tiraram os seus países do domínio colonial ou da minoria branca, como Nelson Mandela, da África do Sul, Robert Mugabe, do Zimbabwe, Kenneth Kaunda,da Zâmbia e Samora Machel, de Moçambique.
Muitos namibianos atribuíram à liderança de Nujoma o processo de cura e reconciliação nacional após as profundas divisões causadas pela guerra da independência e pelas políticas da África do Sul de dividir o país em governos regionais de base étnica, com educação e cuidados de saúde separados para cada raça.
Até os seus adversários políticos elogiaram Nujoma, por estabelecer uma Constituição democrática e por envolver empresários e políticos brancos no governo após a independência.ART