Madrid (Dos enviados especiais) - O embaixador de Angola no Reino de Espanha, Alfredo Dombe, encorajou esta segunda-feira (12), em Madrid, os empresários angolanos a divulgarem mais as potencialidades do país, no sentido de captarem investimento espanhol.
Em declarações à ANGOP, a propósito da Conferência Global de Impacto das Vacinas da Gavi - Aliança de Vacinas, que decorre em Madrid, de 13 a 15 do mês em curso, o diplomata adiantou que a Espanha pode ajudar a alavancar a economia angolana, por via do investimento privado, em diferentes sectores.
A Espanha é considerada a 17ª maior economia do mundo (em volume de PIB - 2021), sendo que dados recentes (2022) indicam que o país regista a retomada do crescimento do PIB em função do controle da pandemia da Covid-19.
A sua economia assenta, fundamentalmente, em sectores-chave, como a indústria, finanças, serviços, tecnologia, turismo e agricultura, áreas em que Angola tem vindo a investir forte, nos últimos cinco anos, e que carecem de mais financiamento.
Dados disponíveis indicam que, actualmente, a contribuição da agricultura para o PIB espanhol é de cerca de 2,6 por cento, empregando 4 por cento da força de trabalho (Banco Mundial, últimos dados disponibilizados).
O país produz, regularmente, trigo, beterraba, açúcar, cevada, tomates, azeitonas, frutas cítricas, uvas e cortiça, sendo um dos maiores produtores mundiais de azeite de oliva e o terceiro no mundo em produção de vinhos.
Destaca-se também na produção de laranjas e morangos, segundo dados do Ministério da Agricultura.
Os dados dessa instituição mostram que as terras destinadas ao cultivo biológico representam 10,79 por cento do total das terras aráveis, com 58.485 operadores activos no sector (na produção ou distribuição).
O sector industrial equivale a 20,4 por cento do PIB e da força de trabalho, sendo que o sector manufactureiro é a indústria mais importante, já que contribui com cerca de 12 por cento do PIB, conforme dados do Banco Mundial.
O sector de energia renovável também está em bom ritmo de crescimento, conforme os dados da INE, que mostram que a produção industrial da Espanha cresceu cerca de 2,4 por cento ao longo de todo o ano de 2022.
O sector terciário contribui com 67,4 por cento e emprega 76 por cento da população activa.
O turismo, por sua vez, representa a maior fonte de receitas da Espanha, sendo sua a principal fonte de renda (apesar de a sua contribuição para o PIB ter caído de um nível pré-pandemia de 12,4 por cento, em 2019, para 8 por cento em 2021 - INE).
De acordo com o embaixador, as autoridades angolanas mantém encontros regulares com as autoridades e os empresários espanhóis, aos quais têm apresentado as potencialidades do país, para atrair investimento espanhol.
"É minha pretensão que os empresários angolanos mostrem o que o país tem para oferecer em termos de recursos aos espanhóis, para haver troca de serviços", disse.
Na sua opinião, a Zona Económica Luanda-Bengo Angola pode atrair vários empresários espanhóis interessados em investir no país, pelo que é fundamental que os nacionais saibam mostrar a realidade local.
Quanto à cooperação bilateral, o diplomata afirmou que os dois países atravessam um bom momento, depois da assinatura, em Luanda, de vários acordos, nos domínios do comércio, desporto e político-diplomático.
Noutro domínio, o embaixador disse que a comunidade angolana em Espanha conta, actualmente, com cerca de dois mil cidadãos, entre residentes e estudantes, com os quais a Embaixada de Angola mantém contacto permanente e incentiva a contribuir nas acções destinadas a alavancar a economia angolana. FMA/SC