Talatona - O embaixador da China em Angola, Zhang Bin, reafirmou, esta segunda-feira, em Luanda, o papel da cooperação entre os dois países nos domínios da agricultura, saúde e tecnologia como eixos fundamentais da relação bilateral.
Zhang Bin, que fez esse pronunciamento na conferência de imprensa sobre a Cimeira 2024 do Fórum de Cooperação entre China-África, disse que a cooperação pragmática ente as duas Nações tem sido continuamente desenvolvida e consolidada.
Para o embaixador, “a China é campeã da cooperação com Angola em vários domínios, sobretudo nos sectores económicos e comercial, onde é o maior importador dos produtos angolanos e a principal fonte de investimento para o país”.
Entre os vários projectos desenvolvidos pela China nos últimos anos em Angola, destacou o fornecimento de doações ao CINFOTEC Huambo, Hospital Geral de Luanda, Centro de Demonstração de Tecnologias Agrícolas no Mazozo e a Academia Diplomática Venâncio de Moura.
Ao recordar os 41 anos de cooperação, disse que as relações entre a China e Angola têm a sua origem no período de luta para o alcançar da libertação nacional. "Os dois Estados são naturalmente bons parceiros e bons irmãos”.
No quadro deste relacionamento, acrescentou ainda que a China leva em consideração sempre o respeito mútuo e à igualdade de tratamento. “Nunca atribui pré-condições políticas para a cooperação ou interfere nos assuntos internos de Angola”.
Desta feita, disse que entre os dois países tem existido ajuda mútua em questões relativas aos interesses fundamentais e preocupações principais, salvaguardando conjuntamente o sistema internacional e multilateralismo com a ONU como centro.
Financiamento chinês para modernização de África
Olhando para o último Fórum de Cooperação entre China-África, lembrou que o Governo chinês fornecerá apoio financeiro de 360 mil milhões de yuan (equivalente a 51 mil milhões de dólares americanos), nos próximos três anos, para a materialização de 10 acções da parceria de modernização de África.
Informou que o financiamento inclui as áreas de prosperidade comercial, cooperação da cadeia produtiva, conectividade, saúde, agricultura, bem-estar, cooperação de desenvolvimento, desenvolvimento verde e de segurança comum, entre outras áreas.
Acrescentou que o apoio financeiro inclui uma linha de crédito de 210 mil milhões de yuan, 80 mil milhões de Yuan de assistência em diferentes formas, e, pelo menos, 70 mil milhões de Yuan de investimento em África por empresas chinesas.
Essas acções visam proporcionar um forte apoio à cooperação pragmática China-África em vários domínios, com destaque para saúde, agricultura, bem-estar e intercâmbio entre os povos, desenvolvimento verde e de segurança comum.
Zhang Bin informou que, desde o início deste ano, o seu país intensificou a regulação e o controlo macroeconómico, concentrando-se no aprofundamento da reforma, abertura e expansão da procura interna, assim como na optimização da estrutura económica.
"A operação económica chinesa é geralmente estável e regista progressos, enquanto as novas forças produtivas estão a desenvolver-se de forma constante e a protecção dos meios de subsistência das pessoas é sólida e eficaz", explicou.
Violação da Lei Geral do Trabalho
As autoridades chinesas encorajaram o Governo angolano mediante as leis a punir as empresas que estejam a violar as normas que regulam a relação de trabalho nas empresas chinesas.
Em causa estão constantes denúncias de violações da Lei Geral do Trabalho por parte das empresas chinesas presentes no país, com inclusive imagens a circularem nas redes sociais que demonstram os trabalhadores em situações análogas a escravidão.
Durante a conferência de imprensa, as autoridades chinesas passaram também, em revista, o contributo do empresariado chinês nos sectores imobiliário, agro-pecuário, industrial e mineiro.
De realçar que a República Popular da China comemorou no pretérito dia 01 de Outubro, o 75º aniversário da fundação do gigante asiático. VS/SC