Benguela - Os partidos concorrentes às eleições gerais em Angola renovaram nesta segunda-feira, em Benguela, o apelo a todos os agentes envolvidos no processo eleitoral, para que o pleito desta quarta-feira decorra num clima de paz e tolerância.
No último dia de campanha eleitoral em Benguela, o secretário executivo provincial da coligação CASA-CE, Martins Domingos, disse que, independentemente de quem vencer, o mais importante é preservar a paz, para o progresso do país.
O também candidato a deputado lembrou que, em democracia, “quem ganha, não ganha tudo” e pediu que os cidadãos encarem o processo com serenidade.
Optimista na realização de eleições pacíficas, o responsável da CASA-CE mostrou-se satisfeito com a campanha eleitoral da sua formação política, que "tudo fez" para convencer o eleitorado.
“Agora, esperamos que o cidadão avalie a nossa acção, mas, se não formos escolhidos, o país não pode parar”, frisou, acreditando, no entanto, que os cinco lugares em disputa no círculo eleitoral provincial de Benguela possam ser repartidos entre a sua coligação, o MPLA e a UNITA.
Afirmou que os cidadãos, enquanto eleitores, estão mais maduros e conscientes de que as eleições são a festa da democracia, graças à educação cívica eleitoral que antecedeu a campanha.
Por seu turno, José Palata, presidente provincial do Partido Nacionalista para Justiça em Angola (P-NJANGO), consideraou o dia da eleição uma data especial, acreditando que os eleitores vão participar de forma ordeira e contribuir para o fortalecimento da democracia no país.
Com alguma expectativa, ao político disse que o "intenso" trabalho de caça ao voto levado a cabo nos 10 municípios de Benguela é o principal motivo que o leva a acreditar na eleição de pelo menos um deputado.
Já o secretário provincial da UNITA em Benguela, Adriano Abel Sapiñala, ao encerrar a campanha no município do Lobito, considerou "infundadas e eivadas de má fé" supostas mensagens sobre uma eventual tensão política pós-eleitoral em Angola.
“O país só tem um exército (as Forças Armadas Angolanas), por isso, não há nenhuma ameaça de retorno à guerra”, afirmou o político, renovando as promessas da formação de um governo inclusivo e participativo caso o partido ganhe as eleições.
Afirmou que a política seguida pela UNITA não é a guerra, mas a alternância do poder político, lembrando que o país já realizou eleições em 2008, 2012 e 2017 e a paz continua.
De acordo com o segundo secretário do MPLA em Benguela, Antonio Kapewa Kalianguila, embora existisse, num ou outro lugar, algum sinal de intolerância política, não houve nada de relevante durante a campanha eleitoral.
"Estamos seguros de que o processo vai ser pacífico, para que tudo corra num ambiente de festa e democracia, e que vença aquele partido que consiga convencer o eleitorado para governar Angola nos próximos cinco anos", enfatizou.
Nas eleições gerais de 2017, o MPLA elegeu pelo círculo eleitoral provincial de Benguela quatro deputados (61, 50%), enquanto a Unita apenas um (27,60%).
Um total de 14,399 milhões de eleitores angolanos, sendo 22 mil e 560 no estrangeiro são chamados às urnas para eleger o novo Presidente da República, entre oito candidatos de sete partidos políticos e uma coligação de partidos validados para o pleito, que deve ser o mais concorrido desde o primeiro realizado no país em 1992.