Luanda - O presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Manuel da Silva, vaticinou, esta segunda-feira, que os angolanos vão, no dia 24, aderir às urnas e respeitar as instituições públicas.
Em entrevista ao Jornal de Angola, Manuel da Silva afirmou que acredita que depois de anunciados os resultados oficiais do apuramento provisório e definitivo, o mundo saberá que Angola é uma democracia em plena afirmação.
Por outro lado, enalteceu o elevado civismo demonstrado pelos angolanos durante a campanha eleitoral em torno das Eleições Gerais de 24 de Agosto.
Indra
Explicou que a Indra, empresa que ganhou o concurso público para apoiar a realização das eleições, nunca recebeu qualquer denúncia judicial em Angola, nem noutra parte do mundo onde ajudou a organizar processos eleitorais.
A Indra, sustentou, é uma empresa com mais de 40 anos de experiência em eleições e desenvolveu mais de 450 projectos eleitorais nacionais e internacionais, com mais de 4 mil milhões de eleitores envolvidos.
"Houve um concurso público internacional, com um vencedor, e é com este que temos de trabalhar e por ser um dos principais fornecedores tecnológicos no campo eleitoral a nível mundial", reforçou.
Sobre a transparência do processo, disse, que além dos observadores nacionais e estrangeiros, o serviço de solução tecnológica é submetido a uma auditoria independente.
O responsável deu a conhecer que estão envolvidos no processo mais de 100 mil pessoas, sendo sete mil técnicos e 120 mil pessoas a colaborar.
Manuel da Silva salientou que mais de 95 por cento do pessoal a trabalhar no projecto é de origem nacional e a empresa contratada está obrigada a dar formação.
Ataques informáticos
Garantiu que a CNE e os seus parceiros conhecem as normas de segurança regulamentares, dominam as melhores práticas, e aplicam as medidas de segurança máximas para minimizar possíveis incidentes.
Para o responsável, "é óbvio, não se tornam públicas as medidas de segurança justamente para evitar que se tornem ineficazes".
Explicou que a CNE tomou as precauções necessárias para que quaisquer possíveis ataques sejam prontamente repelidos.
Transparência
Manuel Pereira da Silva disse que a solução tecnológica abrange a contagem provisória e o escrutínio definitivo das Eleições Gerais, bem como o fornecimento de informações precisas sobre a situação geral e incidências do processo.
A mesma solução, sublinhou, irá garantir o cumprimento dos requisitos de transparência e segurança, o que implicará a redundância dos sistemas de computação, transmissão, processamento e divulgação dos resultados.
Concluiu que a única entidade com competência legal para tratar do apuramento nacional e divulgar os resultados oficiais provisórios e definitivos é a CNE.
Para as eleições gerais de 24 de Agosto foram registadas 14 milhões 399 mil de eleitores, 22 mil 560 residentes no exterior, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América do Sul.
Concorrem para o pleito deste ano o MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, PHA e P-NJANGO e a coligação CASA-CE.
Angola realiza as suas quintas eleições gerais, depois das realizadas em 1992, 2008, 2012 e 2017.