Huambo – Habitantes da província do Huambo almejam que o próximo Executivo, a ser liderado pelo reeleito Presidente da República, João Lourenço, preste maior atenção à melhoria dos serviços sociais, para elevação da qualidade de vida da população e redução das assimetrias regionais.
Em declarações à ANGOP, em reacção a validação dos resultados das eleições gerais de 24 de Agosto, pelo Tribunal Constitucional (TC), alguns cidadãos foram inânimes em pedir a redução dos preços da cesta básica, face ao salário mínimo nacional, e o fomento do auto-emprego, através da concessão de créditos aos jovens e mulheres.
O MPLA venceu as eleições gerais com maioria absoluta, com três milhões 209 mil votos, correspondentes aos 124 assentos parlamentares contra dois milhões, 786 mil votos e 90 deputados da UNITA. A investidura do Presidente reeleito e da Vice-Presidente, Esperança Costa, será na próxima quinta-feira (15), na Praça da República, em Luanda.
Esperam, igualmente, por mais investimentos nos sectores da saúde e da educação, desde a iniciação ao ensino superior, por via da construção de infra-estruturas modernas e aumento de quadros qualificados, em todas as localidades, para reduzir as assimetrias regionais e se melhorar a prestação do serviço na administração pública.
Aumento de infra-estruturais
Para se reverter o actual quadro de escassez, solicitam, ainda, o aumento de infra-estruturais sociais, sobretudo, nas comunidades rurais, onde à população percorre longas distâncias para ter acesso aos serviços básicos (educação e saúde), o que cria alguns constrangimentos, principalmente aos camponeses.
Para o funcionário público Abel Torres, o acesso aos medicamentos nas unidades sanitárias, que passa por uma maior fiscalização dos hospitais, centros e postos de saúde, bem como a melhoria das vias primárias, secundárias e terciárias devem merecer “um olhar atento” do próximo Executivo.
“Apesar de ser difícil cumprir todas as promessas eleitorais”, esperamos que o Presidente João Lourenço aposte num governo comprometido com a erradicação do fenómeno de crianças fora do sistema de ensino-aprendizagem, da pobreza e que continuem a lutar contra a seca na região Sul do país”, defendeu.
Exorta, igualmente, a todos os concorrentes ao sufrágio para aceitação dos resultados eleitorais, visto que “o país precisa caminhar e a seguir o rumo do desenvolvimento socioeconómico”.
Por seu turno, Guedes Segunda, que disse aguardar pelo próximo concurso público no sector da Saúde, defende a descentralização dos serviços administrativos e a criação de pólos industriais em todas as regiões do país, para a promoção do desenvolvimento socioeconómico e acesso ao emprego.
Para o cidadão Domingos Jamba, é um “imperativo” a realização de concursos públicos para o ingresso no sector da Agricultura e Pescas, à semelhança do que acontece nos da Educação e Saúde, para envolver os agrónomos nas políticas de desenvolvimento económico, face às potencialidades do país.
Por seu turno, a professora Aurora Jamba, disse aguardar pela consolidação dos projectos do governo cessante, consubstanciados na construção de mais salas de aula, para que os alunos deixem de estudar debaixo das árvores, capelas e em outros locais precários.
A docente pede, também, a implementação, em parceria com o sector empresarial, de lojas de conveniência, quadras desportivas, cinemas, bancos comerciais e caixas automáticas em todas as sedes municipais, a fim se evitar que os funcionários percorram longas distâncias para a realização de transacções bancárias, entre outros serviços.
Segurança alimentar
Por sua vez, a estudante universitária Josefa André augura por uma maior aposta no fomento do auto-emprego, por via do acesso ao crédito, bem como na potencialização das cooperativas agrícolas, com aposta na agricultura familiar, aumento da produção e da sua qualidade, para responder às necessidades da segurança alimentar e da diversificação da economia.
Na mesma senda, o cidadão Andrade silva advoga uma maior atenção às famílias angolanas, com foco na inclusão familiar, para se evitar que mais crianças passem a viver na rua, em busca de alimentação, o que coloca em causa a “dignidade humana”.
Resultados eleitorais
O Tribunal Constitucional (TC) negou quinta-feira (8) provimento ao recurso interposto pela UNITA, realçando que os elementos de prova apresentados "não permitem colocar em causa os resultados globais" das eleições anunciados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) (…).
Na última semana, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) divulgou os resultados definitivos das eleições gerais de 24 de Agosto, que proclamou o MPLA e o seu cabeça-de-lista, João Lourenço, como vencedores com 51,17% dos votos, seguido da UNITA, com 43,95%.
Com estes resultados, o MPLA elegeu 124 deputados e a UNITA 90. A FNLA, o PRS e PHA conseguiram dois assentos parlamentares cada.
A CASA-CE, a APN e o P-Njango não obtiveram assentos na Assembleia Nacional, que tem 220 deputados.