Luanda - A faltarem 19 dias para a realização das quintas eleições gerais no país, a 24 de Agosto próximo, centenas de luandenses ainda desconhecem, por várias razões, o local onde vão exercer o seu direito de voto.
Segundo dados oficiais, Luanda, a maior praça eleitoral do país, conta com 4 milhões 671 eleitores (37%) dos mais de 14 milhões inscritos no ficheiro eleitoral em todo país.
Depois de uma ronda em vários pontos da capital, sobretudo na zona periférica, a ANGOP constatou que muitos eleitores ainda não tomaram contacto com as ferramentas disponíveis para conhecerem a assembleia de voto.
As razões, alegam os entrevistados da ANGOP, variam entre o "deixar andar para última da hora", desleixo, desinteresse, falta de informação e de meios para aceder tecnologicamente os referidos dados.
A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) colocou à disposição dos cidadãos eleitores três formas para verificar o local de votação: no seu sítio na Internet (cne.ao), através de SMS (40114) e junto dos agentes de educação cívica e eleitoral.
Por SMS, sem qualquer custo, inserir 40114 e no espaço da mensagem o número do BI ou do Cartão de Eleitor. De seguida, recebe uma mensagem com nome e apelido, local, número da mesa, página do caderno e a linha onde está inserido nos cadernos eleitorais.
No sítio da Internet (cne.ao), depois de aberto, procurar o item "Onde votar" e inserir a data de nascimento, o número do BI e clicar na pesquisa.
Nos mais de seis mil agentes de educação cívica e eleitoral, em todo o país, os passos são os mesmos, com a diferença que os agentes eleitorais fazem a operação, cabendo o eleitor disponibilizar os dados pessoais.
Eleitores
Victor João, desempregado, disse que ainda não sabe onde vai votar, mas está certo que antes do pleito saberá o local para participar nas eleições.
Questionado sobre a razão de não fazer agora, disse que desconhecia como fazer, já que esteve mais de um mês sem telefone.
Engrácia Eduardo, zungueira (vendedora ambulante), explicou que vai votar, mas, antes, necessita da ajuda dos agentes cívicos eleitorais para saber o local de votação.
“ (…) estive com uma das equipas, mas não trazia comigo o Bilhete de Identidade”, justificou.
O electricista-auto Agostinho Capitão, residente no município de Belas, afirmou que vai votar em um colégio escolar, próximo de casa.
Com 33 anos de idade, referiu que não teve qualquer problema em localizar o local da votação, pois utilizou o sistema de SMS (mensagem).
Na avenida Luther Rescova, Talatona, um grupo de 10 jovens maiores de 18 anos, denominados lotadores de táxis, disseram desconhecer ainda o sítio onde vão votar.
Agentes de educação cívica e eleitoral
Depois do primeiro grupo esclarecer os cidadãos sobre a importância das eleições, os agentes, nesta fase, ajudam os eleitores a localizarem as assembleias e mesas de voto.
De acordo com a agente Sabrita Gonga, as pessoas estão perceptivas e recebem todas as informações, no entanto, muitas das vezes, não trazem consigo documentos pessoais (Bilhete de Identidade ou Cartão de Eleitor) para concluir o processo.
Esclareceu que neste momento estão a informar e incentivar os eleitores a verificarem como foram inseridos os seus dados eleitorais.
Com mais de seis integrantes, a equipa da agente eleitoral Julieta Joaquim, localizada no mercado do Catintom, Maianga, por dia aborda mais de 200 cidadãos para informar, com ajuda de tabletes, o local de voto.
"Desde que começamos esta segunda fase, há quase duas semanas, já ajudamos mais de duas mil pessoas", informou a líder do grupo.
Eva Afonso, agente no Largo da Teixeira, Cassequel, referiu que o processo de geolocalização das mesas de voto nesta circunscrição está a ser bem sucedido.
Para as eleições de 24 de Agosto de 2022 estão registados 14 milhões 399 mil eleitores, dos quais 22 mil 560 na diáspora, distribuídos por 12 países.
MPLA, UNITA, CASA-CE, PRS, FNLA, PHA, APN e P-NJANGO concorrem ao pleito de 2022, o quinto, depois de 1992, 2008, 2012 e 2017.