Luanda – O presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Dom José Manuel Imbamba, defendeu, esta sexta-feira, em Luanda, uma reforma "mais corajosa, incisiva e forte" no aparelho do Estado, para se alcançar os resultados pretendidos.
Convidado para um encontro promovido pelo Gabinete de Cidadania e Sociedade Civil do MPLA, em que foi apresentado o Programa de Governo e o Manifesto Eleitoral do partido, o prelado disse que o reforço das reformas é a melhor medida que se pode tomar para que sejam “curados todos os males ainda registados em várias áreas".
“A reforma tem de ser corajosa, incisiva e forte, para podermos obter os efeitos que desejamos”, disse José Imbamba, que também é arcebispo de Saurimo, província da Lunda Sul.
A mesma, acrescentou, deve contar com o compromisso ético das pessoas, que se deverá reflectir num bom desempenho da actuação da administração pública.
O prelado católico apontou ainda mudanças de atitudes e da cultura política da sociedade, frisando que pode ser bom no quadro da implementação do Programa de Governo apresentado pelo MPLA.
Além das reformas, pediu também ao MPLA, caso vença as eleições, a criação de mais espaços de diálogo com as igrejas e a sociedade civil, por, na sua opinião, poder ajudar numa boa governação.
José Imbamba defendeu igualmente um maior financiamento e aproveitamento dos estudos e investigações cientificas das mais variadas academias do país.
Por seu turno, o secretário-geral da CEAST, Celestino Epalanga, apelou ao MPLA para que não se limite a recuperar os activos do Estado no estrangeiro e no país, mas também comece já a criar conteúdos de ensino que promovam a cultura contra a corrupção.
Ainda sobre o combate à corrupção levado a cabo pelo MPLA, o representante da ADPP/Angola, Francisco Sapy, também convidado parao evento, reforçou que o tema faça parte no sistema de ensino para a educação das crianças.
O representante da Associação dos Deficientes de Angola (ANDA), Inoque Bernado, apelou igualmente para uma maior fiscalização nas instituições, sobretudo do Estado, para um melhor combate à corrupção.
A questão das assimetrias, o combate à seca e a melhoria do ensino foram alguns dos temas levantados durante o encontro, que reuniu líderes religiosos e representantes da sociedade civil.
Os angolanos vão a voto no dia 24 deo corrente mês, num total de 14 milhões 399 mil e 391 eleitores.
Participam do pleito eleitoral sete partidos (MPLA, UNITA, PRS, FNLA, PHA, APN e P-NJANGO) e uma coligação (CASA-CE).