Lubango - A comunidade académica da província da Huíla considerou, quinta-feira última, "desafiador" o programa de governo do MPLA para o ensino superior, apresentado no quadro da campanha para as eleições de 24 do corrente mês.
Ao falar num encontro de apresentação do manifesto eleitoral do MPLA aos académicos da província, a directora-geral do Instituto Superior Politécnico Tundavala (ISPT), Margarida Ventura, referiu ser um programa realista e espera que possa ser executado, porque, a ser concretizado, vai melhorar a qualidade do ensino superior.
Destacou a necessidade de se melhorar a investigação no ensino superior, porque, reconheceu, "o que chamam, em Angola, de ensino superior, às vezes não é".
Mostrou-se preocupada pelo facto dos programas beneficiarem mais as instituições de ensino superior públicas, enquanto as privadas são raríssimas vezes abrangidas pelos apoios.
O professor de Língua Portuguesa do Instituto Superior de Ciências da Educação da Huíla, Alexandre Sakukuma, afirmou que o programa tem financiamentos e promessas de digitalização, inclusive do ensino superior, com incremento de verbas para a investigação e extensão universitária.
“Gostaríamos que passasse de promessas. Já houve a iniciativa de se colocar universidades de Angola, no ranking das melhores do mundo, ou, pelo menos, no ranking africano, e não conseguimos”, disse.
Mostrou-se esperançado na efectivação do programa do MPLA, tendo aconselhado a juventude académica a reflectir bem para que no dia das eleições possam colocar o voto naquilo que melhor ajudar o país a crescer.
O estudante de psicologia do ISCED, Issacar Tomás, augura mais qualidade de ensino e maiores oportunidades para os jovens, sobretudo, na questão das bolsas de estudo, pois muitos não têm a possibilidade de custear a faculdade e acabam por desistir.
Quirino Chongolola, do curso de Ensino da História, também do ISCED, salientou existir muito por se fazer para melhorar o ensino superior, na medida em que o financiamento alocado é ainda irrisório, e defendeu a necessidade de mais lisura nos critérios de selecção, para o envio de estudantes às melhores universidades do mundo.
A estudante de Direito, do Instituto Superior Politécnico Independente (ISPI), Miriam Costa, enalteceu o esforço do Executivo para a melhoria do ensino, desde a construção de novas estruturas e a aposta nos recursos humanos.
Por sua vez, a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria Sambo afirmou que, caso o MPLA vença as eleições do dia 24 do mês em curso, o país terá um ensino superior com uma melhoria progressiva e haverá mais investimento no sector.
“Tudo que diz respeito à melhoria do ambiente do processo de ensino e aprendizagem quer para a investigação científica tem já uma base no trabalho que tem sido feito e tem continuidade naquilo que está plasmado no programa do MPLA”, informou.
Na mesma senda, a secretária para Política de Quadros do Bureau Político do Comité Central do MPLA, Ângela Bragança, disse que existe a necessidade de falar para os jovens das suas opções e escolhas, sem esquecer o que foi feito, para que possam dizer como se sentiram.
A também coordenadora do grupo de acompanhamento à Huíla aconselhou os jovens a terem foco, ambição e ousadia quando o assunto for estudos.
De 2017 a 2022 houve um acréscimo de 26 instituições de ensino superior, 21 mil vagas e mais de 300 cursos, em todo o País. O número de estudantes cresceu de 254 mil e 800, em 2017, para mais 314 mil estudantes, no ano em curso.