Luanda - O representante permanente da missão de Angola junto das Nações Unidas, Francisco José da Cruz, valorizou quarta-feira, em Cascais (Portugal), o legado histórico inalienável da cultura e das crenças dos povos, que representa a essência da formação do tecido social e das tradições em todos os países e comunidades.
O diplomata falava na Conferência Global das Nações Unidas sobre a Salvaguarda de Locais Religiosos, que teve lugar à margem do 10º Fórum Global da Aliança das Civilizações das Nações Unidas, em Cascais, distrito de Lisboa.
Segundo o embaixador, os locais religiosos devem ser protegidos e plenamente respeitados como espaços de paz, harmonia, tolerância e diálogo e de segurança para os fiéis.
Considerou que qualquer ataque contra estes locais constitui um acto grave de violação dos direitos humanos que deve ser condenado.
Fez menção do artigo 18.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que estabelece o direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião, incluindo a liberdade de mudar de religião ou crença, assim como a liberdade de manifestar essa religião ou crença.
Destacou que em Angola, a liberdade religiosa é um direito consagrado na Constituição, sendo que o Estado reconhece e respeita as diferentes confissões religiosas e protege os sítios religiosos, indica uma nota de imprensa a que ANGOP teve acesso.
Lembrou que as igrejas desempenharam um papel crucial para a edificação da nossa sociedade ao fim dos 27 anos de conflito interno, “pois foram as principais aliadas do Estado no processo de reconciliação nacional, na pacificação dos espíritos e no apoio às comunidades afectadas”.
Acrescentou que, em muitas ocasiões, elas serviram de local de acolhimento e a única fonte de esperança para as pessoas que procuravam conforto, abrigo, alimentação e solidariedade.
Na ocasião, o representante permanente de Angola na ONU realçou que o Plano de Acção das Nações Unidas para proteger os locais religiosos oferece um quadro de orientação global para prevenir, preparar e responder aos ataques contra os locais religiosos, incluindo como os Estados podem lidar com as suas vulnerabilidades e reforçar a sua capacidade para evitar e combater acções terroristas.
Encorajou a implementação das suas recomendações, dentro de uma colaboração entre a Aliança de Civilizações e o Gabinete de Contra Terrorismo das Nações Unidas na protecção de alvos religiosos contra ameaças terroristas.
Reiterou que Angola valoriza a identificação e a troca de boas práticas com outros Estados, sector privado, operadores de locais religiosos e organizações da sociedade civil na defesa e preservação de locais religiosos e reafirma a sua condenação aos ataques terroristas que estes continuam a ser alvos. DC