Windhoek (Do enviado especial) – A embaixadora de Angola na Namíbia, Jovelina Imperial, considera o falecido Presidente Hage Geingob como um político que deu o melhor de si para que o país fosse independente.
Jovelina Imperial falava quinta-feira à noite à imprensa, após participar, em Windhoek, numa homenagem pública a Hage Geingob, que faleceu a 4 de Fevereiro, aos 82 anos, vítima de cancro.
Para a diplomata angolana, tratou-se de um merecido tributo, prestado no Sam Nujoma Stadium, pelo partido SWAPO (no poder) a um político que foi o mentor da Constituição da Namíbia, além de outros assinaláveis feitos.
Afirmou que Angola vai estar presente nas homenagens ao Presidente Hage Geingob até que o seu corpo repouse na sua última morada, a 26 de Fevereiro, no Heroes’ Acre, em Windhoek.
O Presidente angolano, João Lourenço, é aguardado hoje em Windhoek para as exéquias, e será um dos 27 chefes de Estado a presenciar a cerimónia, de acordo com o Governo namibiano.
À semelhança do Botswana e da Zâmbia, Angola vai também participar nas cerimónias fúnebres com um contingente militar, neste caso, da Força Aérea Angolana (FAN), composto por 77 militares e oito aeronaves.
Cerca de dois mil soldados das Forças de Defesa da Namíbia, designadamente, do Exército, da Força Aérea e da Marinha foram mobilizados para o funeral de Estado.
Segundo as últimas atualizações do programa, o corpo do ex-Presidente vai percorrer, em cortejo fúnebre, por diversas artérias da cidade de Windhoek para que o público se possa despedir e honrar o seu legado.
Imprensa namibiana
De acordo com a imprensa namibiana, as pessoas que necessitarem de transporte gratuito para o serviço memorial e o enterro do Presidente Hage Geingob, neste fim-de-semana, terão disponíveis autocarros em vários pontos do país.
Por outro lado, a imprensa recorda frases “notáveis” do falecido estadista, como “Já disse muitas vezes que a Namíbia é filha da solidariedade internacional, amiga de todos e inimiga de ninguém”, que consta no discurso de posse como terceiro Presidente da Namíbia, em Março de 2015.
“O tribalismo, o racismo e o regionalismo não têm lugar em nenhuma sociedade e são uma receita para o desastre” (Reunião de governadores regionais, 10 de Julho de 2020), “África deve manter a unidade de propósito e avançar com um sentido de urgência no sentido da elevação do cidadão africano, tanto material como ideologicamente”(Dia de África, 2020) são também frases recordadas pela imprensa.
Outra frase é: “Os nossos esforços nacionais devem centrar-se na promoção de uma cultura de respeito pelos direitos humanos nos dias de hoje e no futuro”(Dia dos Direitos Humanos, 2023).
Geingob foi o terceiro Presidente da Namíbia, país que se tornou independente em 21 de Março de 1990, quando deixou de ser politica e administrativamente controlado pela África do Sul, no tempo em que vigorava o regime de apartheid neste país. ADR/VIC