Luanda - O embaixador de Angola na Etiópia e representante permanente junto da União Africana (UA) e da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), Miguel Bembe, realçou, quarta-feira (10), a existência de um claro encargo colectivo para criar uma plataforma de diálogo entre os representantes da sociedade civil e as forças políticas do Sudão.
Ao proceder a abertura da reunião preparatória para lançar o Processo de Diálogo Político Inter-Sudanês, em representação de Angola, país que assume a Presidência do Conselho de Paz e Segurança (CPS) da UA, neste mês de Julho, o diplomata Miguel Bembe referiu que todos os sudaneses precisam unir-se a volta de uma visão compartilhada para um futuro pacífico do país e trabalhar pela sua reconstrução.
O diplomata angolano disse que o CPS saúda o encontro, que decorre na sede da organização continental até segunda-feira(15), tendo como objectivo o alcance de uma solução duradoura, inclusiva e participativa para o conflito político-militar prevalecente no Sudão, assim como contribuir para a restauração da ordem democrática constitucional.
A reunião, que é uma iniciativa conjunta da UA e da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD), visa estabelecer, igualmente, uma atmosfera apropriada para o diálogo entre as partes interessadas para obter um consenso sobre a resolução do conflito na transição do Sudão para um regime civil democrático, proporcionando a oportunidade para as forças políticas definirem a sua visão geral de paz e segurança no país.
Na sequência da 1218ª Reunião do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, a nível de Chefes de Estado e de Governo, ocorrida no dia 21 de Junho do corrente ano, foi criado um Comité Presidencial Ad-Hoc sobre a República do Sudão, com a missão de procurar uma solução colectiva e sustentável para o conflito em curso naquele país.
Neste contexto, a organização continental designou 5 (cinco) Chefes de Estado para integrar o referido Comité, destacando-se o Presidente da República de Angola, João Lourenço, em representação da África Austral.
O Comité, que deverá iniciar os seus trabalhos oportunamente, é presidido pelo Chefe de Estado ugandês, que representa a África Oriental, e integra, também, os Presidentes do Egipto (África do Norte), Guiné Equatorial (África Central) e da Nigéria (África Ocidental). SC