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Diplomata angolana enaltece generosidade do povo cubano

     Política              
  • Luanda • Domingo, 24 Março de 2024 | 16h34
Embaixadora plenipotenciária de Angola em Cuba e no Panamá, Maria Cândida Teixeira
Embaixadora plenipotenciária de Angola em Cuba e no Panamá, Maria Cândida Teixeira
Cedida

Luanda – A embaixadora de Angola em Cuba, Maria Cândida Teixeira, expressou a gratidão do povo angolano e de todos os países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) pela generosidade e sacrifício dos combatentes cubanos que lutaram na histórica Batalha do Cuito Cuanavale.  

A diplomata angolana falava durante a cerimónia comemorativa do 36.º aniversário da vitória do Cuito Cuanavale, organizada sexta-feira, em Havana, pelo grupo de embaixadores da SADC acreditados em Cuba.

Segundo uma nota chegada à ANGOP, este domingo, o evento foi igualmente organizado no quadro dos festejos do Dia da Libertação da África Austral assinalado, a 23 de Março, em simultâneo com o aniversário da Batalha do Cuito Cuanavale.

Na ocasião, a embaixadora Cândida Teixeira, que interveio na qualidade de presidente do grupo da SADC, em Havana, realçou que os combatentes internacionalistas cubanos lutaram lado a lado com os angolanos e namibianos a mais de 14 mil quilómetros da sua pátria.

Afirmou que a Batalha do Cuito Cuanavale significou o fim da opressão das minorias racistas e transformou a situação geopolítica, na Africa Austral, o que facilitou as restantes nações a alcançar a paz e a tranquilidade.

Ocorrida entre 1987 e 1988, lembrou, a Batalha do Cuito Cuanavale foi mais do que um confronto militar, mas “um ponto de inflexão na história da África Austral”.

Para a diplomata angolana, tratou-se de uma batalha que, embora travada em terras angolanas, transcendia fronteiras nacionais, unindo diferentes povos numa luta comum contra a dominação estrangeira e a opressão racista do regime do apartheid.

Por seu turno, o general cubano Rasiel Falcon Ramirez, um dos protagonistas daquela decisiva batalha, considerou que a contribuição cubana para a causa da defesa da soberania e integridade territorial de Angola “marcou para sempre as nossas relações seladas com o sangue de ambos os povos”.

“Hoje, 36 anos depois, estamos satisfeitos em saber que permanecemos unidos, cubanos e angolanos, no esforço comum para alcançar a prosperidade para as duas nações com autodeterminação, soberania e justiça social", disse.

Reconheceu que a “contundente” vitória no Cuito Cuanavale e, sobretudo, o avanço relâmpago do poderoso grupo de tropas angolanas e cubanas, puseram fim à agressão militar estrangeira, obrigando as unidades do regime racista sul-africano a “engolir a sua arrogância habitual”.

Lembrou ainda que o desfecho do Cuito Cuanavale forçou o regime do apartheid a sentar-se à mesa de conversações, que culminaram nos acordos de paz para o sudoeste de África, assinados por Angola, África do Sul e Cuba, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, em Dezembro de 1988.

Ao lado dos embaixadores da SADC em Havana, estiveram também presentes no acto altos oficiais das Forcas Armadas Cubanas, antigos combatentes, dirigentes do Partido Comunista e do Governo de Cuba, bem como demais representantes do Corpo Diplomático acreditado em Cuba.

Comemorações em várias países 

Cerimónias do género tiveram lugar em outras missões diplomáticas de Angola em vários países do mundo, incluindo África do Sul, Egipto, Quénia, França, Turquia, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos, entre outros. 

Na África do Sul, o Parque da Liberdade, situado na capital Pretória, acolheu a cerimónia do 23 de Março, com centenas de convidados que homenagearam os valorosos combatentes que se bateram, com sangue e lágrimas, para o fim do apartheid e a libertação da África Austral.

Tomaram a palavra os embaixadores de Angola, Cuba, Namíbia e República Centro-Africana (em nome da União Africana) bem como representantes do ANC e do Partido Comunista da África do Sul.

O embaixador de Angola, Rui Orlando Xavier, disse ter chegado o momento de transformar o antigo campo de batalha “Cuito Cuanavale” num pólo de atracção turística e ensinar aos mais novos a cultura da paz, da solidariedade e do desenvolvimento.

Também o embaixador de Angola nos Emirados Árabes Unidos, Júlio Maiato, presidiu a uma reunião, em Abu Dhabi, com o grupo de embaixadores da SADC, tendo ressaltado a importância da data para o continente.  

Já para o cônsul-geral de Angola no Dubai, Bento André “Morgado”, é necessária uma maior divulgação da história de libertação da África Austral, do 23 de Março e da Batalha do Cuito Cuanavale (BCC), junto da juventude angolana.

Numa palestra sobre a efeméride promovida pelo Consulado-Geral de Angola e dirigido à comunidade angolana residente no Dubai, Morgado recordou que a Batalha do Cuito Cuanavale foi o maior confronto militar do continente africano, desde a II Guerra Mundial. 

“Deve haver mais estudos sobre a BCC, que permitiu o culminar da libertação total do continente africano e o fim do regime do “apartheid”, realçou.

Na Turquia, o Dia da Libertação da África Austral foi assinalado com um almoço celebrativo que reuniu, na residência oficial do chefe Missão Diplomática de Angola, os embaixadores do grupo da SADC acreditados em Ancara. 

O embaixador José Patrício disse aos convidados que  a Batalha do Cuito Cuanavale constituiu o “ponto de viragem” na correlação de forças entre o Exército angolano e as tropas do regime do apartheid da Africa do Sul. 

Na sua intervenção, colocou acento tónico nas questões de segurança na região que, de resto, dominaram a cimeira extraordinária da dupla Troika da SADC,  realizada no dia 23 de Março, em Lusaka.

Na mesma altura, o embaixador de Angola no Quénia, Sianga Abílio, dissertou sobre "Os Caminhos para o Desenvolvimento Socioeconómico da África Austral”, numa palestra promovida, em Nairoibi, seguida de uma exposição fotográfica e a exibição de documentário sobre os Heróis da Batalha do Cuito Cuanavale.

Também em Moscovo, a Embaixada de Angola na Rússia  juntou-se ao movimento comemorativo mediante uma cerimónia organizada no seu Salão Nobre, na presença dos embaixadores do grupo da SADC sob a presidência do diplomata angolano Augusto da Silva Cunha.

Estiveram igualmente presentes embaixadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e representantes de outras comunidades africanas, entidades russas e angolanos residentes em Moscovo.

Em França, declarações políticas apresentadas pelos embaixadores de Angola, Zimbabwe, República Democrática do Congo (RDC), África do Sul e Botswana marcaram, em Paris, a celebração do 23 de Março.

No seu discurso, a embaixadora de Angola, Guilhermina Prata, reafirmou a importância da Batalha do Cuito Cuanavale no processo que levou à queda do regime do apartheid, na África do Sul, e à independência da Namíbia.

Os convidados foram, em seguida, brindados com uma apresentação artística que celebrou a rica diversidade cultural da região, incluindo danças angolanas como a kizomba, o semba e a rebita, bem como uma vibrante performance de uma banda de rumba congolesa. 

 O programa de actividades culminou num convívio em que os participantes puderam desfrutar de quitutes e iguarias representativas da gastronomia dos diversos países da SADC, representando mais um marco na trajectória de cooperação e solidariedade entre os países da região.IZ





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