Luanda – O corpo diplomático acreditado em Angola encorajou, esta quinta-feira, o Presidente da República, João Lourenço, a manter o país como actor incontornável da construção da paz e da estabilidade global.
O incentivo consta da mensagem lida pelo decano do corpo diplomático, o embaixador da Polónia, Piotr Mysiliwie, na cerimónia de cumprimentos de ano novo ao estadista angolano.
O diplomata polaco, que também pediu a João Lourenço para prosseguir com os esforços para a melhoria das condições de vida dos angolanos, enalteceu o empenho pessoal do Chefe de Estado na resolução do “velho conflito multidimensional” na República Democrática do Congo”.
Afirmou que a diplomacia segue as acções angolanas, em cimeiras no país e em outras capitais, para a pacificação da região dos Grandes Lagos e do mundo, considerando Angola como uma torre indispensável na construção global da paz e da estabilidade, pelo desenvolvimento do mundo e o bem-estar geral.
Piotr Mysiliwie exortou os governos e as pessoas a agirem pensando sempre no bem-estar das futuras gerações, referindo que o povo angolano valoriza as vantagens da vida em paz.
Saudou ainda as iniciativas da Primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, em prol das crianças, com programas como o “Nascer para brilhar”, que transmite a perspectiva de petizes saudáveis em famílias com HIV/SIDA.
Na sua intervençaõ, o diplomata polaco condenou o conflito na Ucrânia, por “ameaçar a paz e segurança mundial”.
Lembrou que em Novembro de 2022 a população mundial atingiu oito mil milhões de pessoas, questionando se o mundo estaria preparado para enfrentar tal crescimento demográfico.
Igualmente, saudou a organização da cimeira do clima no Egipto, pelo facto de os países do mundo tentarem encontrar soluções para travar as mudanças climáticas e impedir uma catástrofe.
O embaixador da Polónia disse que o futuro da cooperação com Angola passa pela promoção da economia verde e pela cooperação internacional para contrariar as tendências das mudanças climáticas.
Em declarações à imprensa, o embaixador de Cabo Verde, Jorge Figueredo, disse que a cooperação com Angola incide, essencialmente, na exploração dos transportes aéreos e marítimos, que devem ser reforçados em 2023.
Por sua vez, o embaixador de Portugal em Angola, Francisco Alegre Duarte, disse que as relações entre os dois Estados são excelentes, prevendo um “bom ano” e reconhecendo grande potencial para que od dois países cooperem no domínio da produção das energias limpas.
Afirmou que o consulado em Luanda é o maior emissor de vistos de entrada, esperando que o acordo de mobilidade, rubricado no âmbito da CPLP, facilite a circulação de cidadãos entre os Estados membros.
Osvalda Joana, a embaixadora de Moçambique, sublinhou que a cooperação económica com Angola tem tido grandes impactos no domínio da diversificação da economia dos dois países, garantindo que o seu país pode fornecer técnicos para o fomento da agricultura.
Confirmou existir uma dívida “elevadíssima” com Angola, cujo montante não revelou, e que os ministérios das finanças dos dois países negociam a modalidade para a saldar.
A chefe da Missão Diplomática moçambicana em Angola considerou a crise em Cabo Delgado como uma invasão externa numa província onde se iniciou a exploração de recursos naturais.
“É uma tentativa de impedir o desenvolvimento da região”, denunciou, revelando que ainda hoje foi morto mais um cabecilha da organização terrorista naquela região.