Lisboa (Da correspondente) – Vários cidadãos angolanos em Portugal manifestaram-se, esta segunda-feira, em Lisboa, expectantes com a visita ao país do Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden.
Em declarações separadas, os entrevistados foram unânimes ao afirmarem que a visita, de 72 horas, que o Presidente Joe Biden inicia hoje (segunda-feira) servirá para o reforço das relações diplomáticas entre Angola e os EUA, bem como um maior impulso ao sector sócio-económico e político do país.
Em declarações à ANGOP, o presidente da Associação de Estudantes Angolanos em Portugal, Ayrtom Pahula, referiu que a expectativa é sempre alta, por tratar-se da visita do Presidente daquela que é considerada a maior potência económica do mundo.
Neste sentido, enfatizou, “qualquer Governo que queira desenvolver a economia do país que dirige tem sempre interesse em estabelecer e consolidar relações com um país deste nível”.
“Quanto a nós, cidadãos, vimos sempre com bons olhos esta aproximação”, realçou.
Ayrtom Pahula salientou que, “se atendermos aos objectivos que constam da agenda da visita poderão existir inúmeros ganhos”.
“Se os objectivos forem atingidos, não há dúvidas que Angola, do ponto de vista económico, registará crescimento e, consequentemente, ganhos conexos, nomeadamente na diversificação da economia, aumento da produção interna e das exportações, bem como na redução massiva da taxa de desemprego”.
Destacou também, neste contexto, a importância do Corredor do Lobito.
Por este facto, Ayrton Pahula argumentou que, do ponto de vista genérico, as relações diplomáticas entre os dois países nunca estiveram melhor do que agora.
“Penso que estamos no auge, aliás, basta lembrar que esta é a primeira visita de Joe Biden à África como Presidente e a primeira de um Presidente norte-americano a Angola”, argumentou.
De acordo com a fonte, sem prejuízo da opinião contrária dos especialistas em relações
internacionais, pensa que os eixos de cooperação nas áreas da educação (programa de formação de quadros), ciências aeroespaciais, telecomunicações e administração digital deveriam ser mais explorados.
Disse ainda que o investimento do empresariado angolano no EUA é muito reduzido, em comparação com o deste país em Angola.
Assim sendo, defendeu um maior equilíbrio com o aumento da presença dos empresários angolanos em solo norte-americano através do incentivo, da parte do Estado acolhedor (EUA) e do Estado angolano, nomeadamente: isenções fiscais, facilitação de financiamentos, redução de burocracias da actividade comercial.
De acordo com o líder associativo, para que seja tirado proveito desta visita histórica importante “temos de mostrar aos americanos o que somos e o que valemos, ou seja, não basta sabermos mostrar bem o nosso potencial económico”.
Considera que Angola tem muitos recursos que interessam aos americanos e, se estes forem bem apresentados, com objectividade e sentido de Estado, as vantagens não vão tardar a chegar.
Já o presidente da associação da Comunidade Angolana em Almada, António Baptista, realçou que a visita do Presidente americano trará vantagens múltiplas ao Corredor do Lobito, visto que vai alavancar a economia angolana e dos países vizinhos, como RDC e a Zâmbia no escoamento de mercadorias variáveis para o benefício dos três países e dos povos em comum.
Por este facto, apelou aos empresários angolanos no sentido de serem mais sérios, porque em certa medida deixam os seus créditos de competências em mãos alheias.
O presidente das Associações-Organizações da Sociedade Civil Angolana, Alberto Marques Domingos, enfatiza que ela é um "marco histórico" para o país, por se tratar da segunda visita de um estadista americano ao continente africano.
“Esperamos que esta visita nos traga benefícios palpáveis e aprofunde as relações bilaterais nos mais diversos domínios, nomeadamente, no ramo alimentar, militar, tecnológico e mesmo financeiro”, salientou.
Considerando o facto de Angola estar perante um quadro de cooperação desvantajosa, porquanto os Estados Unidos da América importam de Angola riquezas de qualidade e valor muito mais significativos do que aquilo que o país importa dos americanos.
Com a vinda do Presidente americano, espera-se que Angola volte a beneficiar do acesso a moeda estrangeira a partir do sistema Federal dos EUA e, de igual forma, ter acesso às várias linhas de crédito.
Sabe-se do grande interesse dos americanos nos Caminhos de Ferro do Lobito e espera-se que esta viagem traga melhorias, modernização, capacidade para que Angola lidere os negócios da região.
Por sua vez, Maria Emília, angolana residente em Portugal há mais de 15 anos, disse esperar que a visita de Joe Biden ao país traga grandes benefícios para o país em diferentes áreas.
“O país sairá a ganhar com a visita, só precisamos aproveitar essa oportunidade e sabermos apresentar os projectos que Angola tem”, referiu. EJM/SC