Malanje- O secretário de Estado da Defesa para os Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Domingos André Tchicanha, considerou hoje, no município de kiwaba Nzoji, que a celebração do 4 de Janeiro representa a mais justa homenagem do Estado Angolano aos bravos heróis da Baixa de Cassanje.
A data, visa honrar a memória dos mártires da repressão colonial que no longínquo ano de 1961 foram alvo da acção assassina do exército colonial português por reivindicarem melhores condições de vida e de trabalho.
O responsável, que falava em representação do ministro da Defesa e Veteranos da Pátria, João Ernesto “Liberdade”, durante o acto Central dos Mártires da Repressão Colonial, assinalado hoje, precisou que nesta altura urge a necessidade de se reflectir com júbilo o percurso histórico de Angola.
“Temos a responsabilidade de reconhecer a bravura dos valorosos camponeses, pela luta, conquista, preservação da independência, integridade territorial, da paz, da unidade e reconciliação nacional e do Estado democrático e de direito”, frisou.
Precisou que o impacto político e histórico da revolta dos camponeses da Baixa de Cassanje jamais será esquecido pelo povo angolano, por constituir uma fonte de inspiração patriótica para a educação da juventude e das futuras gerações.
Considerou a data como um marco de grande relevância histórica e uma referência incontornável da trajetória de resistência à ocupação colonial, tendo inspirado a árdua, mas necessária luta de libertação nacional.
Por outro lado, disse haver um engajamento sério e incontornável do Executivo, para se acabar com vários problemas que enfermam a sociedade, na perspectiva de uma gestão criteriosa e responsável para o bem de todos os angolanos.
E, para se alcançar essa meta desafiante, frisou que cada cidadão deve assumir a sua responsabilidade e o seu dever patriótico.
Por seu turno, o governador provincial, Marcos Nhunga, defendeu mais dignidade da população da Região da Baixa de Cassanje.
Para o governante, render tributo aos heróis deve ser um acto diário, devendo-se olhar de forma especial aos sobreviventes, que são os protagonistas de um acontecimento que criou as bases para o alcance da Independência e da paz que se vive hoje.
Assinalou que este ano serão arregaçadas as mangas para se imprimir mais dinamismo na solução dos problemas que afligem a população e que a memória dos mártires inspira a todos os trabalhadores à paz, unidade e progresso.
Já o presidente da Federação dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria (FACVP), Ludgério Pelinganga, aproveitou a ocasião para encorajar a direcção do Ministério da Defesa, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, a prosseguir com os esforços que tem vindo a empreender, para a construção do do memorial do Massacre da Baixa de cassanje.
Reafirmou a disponbilidade da federação em continuar a aprofundar a parceria e cooperação permante com o Executivo, para o êxito dos esforços que estão a ser empreendidos em torno da melhoria contínua e sustentável das condições de vida dos antigos combatentes, veteranos da pátria e suas famílias.
Recorda-se que há 64 anos, os camponeses que reivindicavam a valorização do algodão pelo grupo comercial luso-belga COTONANG e das duras condições de trabalho e os constantes maus tratos, optaram pela manifestação mediante greve, foram assassinados pela força colonial, com lançamento de bombas incendiárias de napalm.
Sob o lema “Angola 50 anos: Preservar e Valorizar as Conquistas alcançadas, construíndo um futuro melhor", o acto foi antecedido com a deposição de coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido.PBC