Luanda - O deputado Esteves Hilário considerou, esta segunda-feira, que Angola deverá consolidar o seu papel director na região SADC, durante a presidência rotativa na organização regional, e captar ganhos significativos na diversificação das suas exportações.
O país vai receber o testemunho para liderar o destino da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), até Agosto de 2024, durante a realização da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, que se realiza na capital angolana, em substituição da República Democrática do Congo (RDC).
Em declarações à ANGOP, o deputado enfatizou que, à semelhança dos avanços verificados na presidência de Angola na CPLP, no quesito mobilidade, o país poderá também influenciar a circulação de pessoas e bens e a proteção recíproca de investimentos dentro do espaço da SADC.
Segundo o deputado do MPLA, é necessário que os produtos nacionais sejam exportados para a região da SADC e, ao mesmo tempo, introduzir no mercado nacional outros bens vindos dos países da região, para o fortalecimento das trocas comerciais.
Exemplificou o facto de se importar muita carne da América Latina, "quando temos aqui o vizinho Botswana que é um grande produtor de carne bovina".
Para si, tal pressuposto traria ganhos significativos, como por exemplo, deixar as divisas a circularem dentro da região e gerar prosperidade e riqueza para os seus respectivos povos.
SADC das regiões mais estáveis do continente
O também docente universitário
assinalou que os desafios da SADC são essencialmente económicos e de mobilidade, porque do ponto de vista político-militar, com excepção do que acontece no Leste da RDC, a SADC é das regiões mais estáveis do continente africano.
Defendeu, a propósito, maior promoção de investimentos, como por exemplo, a criação de um banco regional para o financiamento da região, em especial o desenvolvimento de infra-estruturas.
Disse ser necessário criar instrumentos para o alcance do desenvolvimento sustentável e equilibrado em todos os países da região e evitar assimetrias entre países um pouco a Sul e a Norte.
Esteves Hilário entende que a qualidade de vida do cidadão da SADC devia ser equiparada com quem vive por exemplo na África do Sul, no Botswana, em Angola ou no Congo.
Notou que as lideranças políticas devem mobilizar instrumentos jurídicos para que o empresariado de cada um dos países da SADC possa mover-se livremente e gerar emprego e prosperidade para os seus povos.
Por outro lado, o deputado Alcides Sakala, da UNITA, ressaltou o papel da SADC na construção da paz regional, segurança colectiva e na promoção do desenvolvimento dos Estados.
Aferiu que a sustentabilidade da paz regional é um dos grandes ganhos da SADC, comparando com outras regiões africanas com organizações de integração regional mas que não têm conseguido construir uma paz sólida, o que inibe o desenvolvimento.
O deputado Alcides Sakala, que chefia a Comissão de Relações Exteriores, Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas no Estrangeiro da Assembleia Nacional, reconheceu que a região da SADC é das mais estáveis do continente, "o que é importante para Angola que é parte deste processo permanente de construção de integração".
Para si, a SADC tem dado passos significativos para a construção deste espaço de integração, ressaltando o facto de se perspectivar a criação de um parlamento regional, no quadro da diplomacia parlamentar.
Augura que durante a sua presidência rotativa na SADC Angola fortaleça as suas experiências para a consolidação da integração regional.
"Fala-se pouco da SADC no nosso país, é necessário que os angolanos entendam melhor o alcance deste bloco regional e o seu impacto a nível do país, portanto é preciso divulgar mais o que a SADC faz e a comunicação social tem um grande papel a desempenhar neste processo", vincou.
Com sede em Gaborone (Botswana), um dos dos grandes objectivos da SADC é tornar a região industrializada até 2063, tal como consta na Estratégia e Roteiro da organização, aprovada pelos Chefes de Estado e de Governo, em Abril de 2015, para o período 2015-2063.
Criada em Agosto de 1992, a SADC é integrada por Angola, África do Sul Botswana, Comores, República Democrática do Congo (RDC), Eswatini, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seychelles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe. DC/AL