Harare (Do enviado especial) – O novo presidente do Conselho de Ministros da SADC e chefe da diplomacia zimbabweana, Frederick Shava, convidou, na quarta-feira, os Estados-membros da organização a pôr fim à dependência externa para o financiamento dos projectos de integração regional.
Frederick Shava falava no encerramento da reunião ministerial preparatória à 44.ª cimeira ordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que se realiza, este sábado, na capital zimbabweana, Harare.
Para o ministro zimbabweano dos Negócios Estrangeiros e Comércio Internacional, o bloco regional não pode continuar a depender dos parceiros de cooperação internacionais, que também têm as suas prioridades.
Observou que o balanço actual da implementação dos projectos do bloco regional em áreas fundamentais como o desenvolvimento infra-estrutural, a industrialização e a integração regional “não é positivo”, tal como reflectido no relatório do secretário executivo da SADC.
Shava defendeu, por isso, que os Estados-membros devem cumprir tempestivamente as suas obrigações financeiras e estatutárias, como condição para o êxito da implementação das estratégias transformacionais já existentes.
Por outro lado, prosseguiu, a organização deve tomar cada vez menos decisões e privilegiar aquelas que tenham maior probabilidade de implementação, orientando-se sempre nos princípios da subsidiariedade e complementaridade.
As posições do chefe da diplomacia zimbabweana foram corroboradas pelo seu homólogo de Angola, Téte António, na qualidade de presidente cessante do Conselho de Ministros da SADC.
Téte António confirmou que a organização continua muito aquém das suas metas em termos de implementação de programas devido, sobretudo, a um défice nas contribuições financeiras dos Estados-membros.
Por conseguinte, ressaltou, “não podemos exigir ao Secretariado Executivo (da organização) a implementação de programas pelos quais não pagamos”.
O chefe da diplomacia angolana passou o testemunho da presidência do Conselho de Ministros ao seu homólogo zimbabweano, na sessão de abertura da reunião ministerial, ocorrida terça/feira, no novo edifício do Parlamento, em Harare. IZ/ADR