Luanda - O Grupo De Beers descobriu, recentemente, em Angola seis potenciais zonas de exploração de diamantes, no quadro de estudos aéreos que realiza este ano no nordeste do país.
A informação foi prestada esta quarta-feira pelo CEO desta multinacional sul-africana, Al Cook, em declarações à imprensa, à saída de uma audiência concedida pelo Presidente da República, João Lourenço, a quem informou sobre estes e outros avanços verificados dos estudos que têm sido realizados.
As pesquisas são resultado da implementação do Memorando de Entendimento Estratégico no domínio dos diamantes, assinado em Fevereiro deste ano entre o governo angolano e a referida empresa.
O Memorando de Entendimento visa ampliar a parceria da De Beers com Angola, após a assinatura de dois Contratos de Investimento Mineral (CIM), em 2022, para áreas licenciadas no nordeste de Angola, onde estão actualmente em curso actividades de exploração.
Nos termos do referido acordo, o Grupo De Beers efectua prospecção de depósitos primários de diamantes numa extensão territorial de 9.984 Km, nos municípios de Saurimo, Dala e Muconda, na província da Lunda Sul, e numa área de 9.701 Km, nos municípios de Chitato, Lucapa e Cambulo, na Lunda Norte.
Al Cook, que está em Angola para participar na Segunda Conferência sobre Diamantes. disse que estão a meio do trabalho das pesquisas aéreas e manifestou-se satisfeito por estas seis conquistas.
Informou que o próximo passo será descobrir se há diamantes debaixo da terra, para alavancar esta indústria em Angola.
Para o efeito, informou que a próxima fase tem a ver com a realização de estudos geológicos, que poderá levar um ou dois anos, para certificar a presença dos kimberlitos.
Lembrou, por outro lado, que há já dois kimberlitos concedidos à multinacional, de Muconda (Lunda-Sul) e Lumboma (Lunda Norte), no quadro do contrato assinado com a Endiama, em 2022.
“Temos dois kimberlitos a caminho, então isso vai continuar por um tempo. Se formos sucessivos e encontrarmos diamantes vamos construir minas de diamantes”, afirmou.
Al Cook disse acreditar que Angola é o melhor “lugar na terra para explorar diamantes, por isso a De Beers prioriza a cooperação com o país”.
Disse tratar-se de um investimento de biliões de dólares que vai empregar milhares de pessoas.
Regresso da De Beers
O renovado interesse da De Beers em projectos diamantíferos em Angola decorre das reformas implementadas pelo Executivo Angolano neste sector, que conferem maior transparência aos processos de outorga de direitos mineiros, bem como uma maior participação no desenvolvimento sócio-económico das zonas mineiras, em particular, e do país, em geral.
Depois da sua retirada em Angola em 2012, a multinacional regressou ao país em 2022, com a assinatura de dois Contratos de Investimento Mineral com Endiama.
No quadro do referido contrato, a multinacional investe 33,2 milhões de dólares norte-americanos, para a prospecção inicial de depósitos primários e secundários de diamantes nas concessões de Muconda (Lunda-Sul) e Lumboma (Lunda Norte), sendo que detém 90% do capital social de cada concessão mineira, estando a Endiama com 10%.
Os dois contratos foram assinados para um período de 35 anos, dos quais, cinco reservados à prospecção.ART