Ondjiva - A criação de oito novos municípios para a província do Cunene, no quadro da nova divisão político -administrativa, vai responder aos desafios do combate às assimetrias regionais e às desigualdades sociais, com a aproximação dos serviços públicos às populações, segundo alguns habitantes ouvidos esta segunda-feira pela ANGOP.
Para a província do Cunene, o novo regime jurídico criou oito novos municípios, designadamente Cafima, Nehone, Chiedi, Mupa, Chissuata, Naulila, Chitado e Humbe, passando de seis para 14 actualmente.
Em declarações à ANGOP, os citadinos de Ondjiva afirmaram que, para além de garantir a ocupação integral do território e racionalizar os serviços da administração do Estado, a nova DPA vai promover o desenvolvimento e combater as assimetrias.
Para o rei do Ombala yo Mungo, Mário Satypamba, a expectativa é garantir o acesso da população aos serviços básicos, com particular realce para os residentes nas zonas rurais que têm que se deslocar à sede dos municípios ou da província para tratar de um documento.
Disse que a mesma vai reverter a situação da exclusão social, em que algumas comunidades dispõem de serviços próximo e noutras os seus habitantes têm que se movimentar para satisfazer as suas necessidades.
O secretário da UNITA no Cunene, Torga Pageiko, disse que o propósito principal da nova divisão administrativa é fazer com que os serviços estejam mais próximos do cidadão, daí a ansiedade da população de ver mudanças significativas.
Desta feita, salientou a necessidade de um trabalho profundo para que as condições estejam criadas no sentido de corresponder com os propósitos da sua materialização e que as populações tenham os serviços básicos mais próximos.
“É bem verdade que não será no dia para noite, mas é fundamental primar pelas boas formas de resolução dos inúmeros problemas que afligem os cidadãos dessas regiões”, sustentou.
Já o secretário do Partido de Renovação Social (PRS) no Cunene, Miguel Ndapewovano, referiu que com a instalação de mais oito municípios, haverá mais emprego para a juventude, aproximação dos serviços para a sociedade que deixarão de se deslocar até a sede do Cuanhama.
Disse ser bem-vinda esta divisão, que vai proporcionar mais emprego e combater as assimetrias, aproximar a acção governativa das comunidades locais, apelando um trabalho conjunto em prol do desenvolvimento da nação.
O Secretário do Conselho Provincial da Juventude (CPJ), Praia Chivela, sublinha que a divisão administrativa constitui sinal claro da luta contra as assimetrias, pois que actualmente muitos jovens para verem resolvido a situação académica ou formação técnico profissional têm que mudar para os centros urbanos.
Praia Chivela ressalta que orçamentos próprios para estes novos municípios serão criadas as mínimas condições para que os munícipes desenvolvam a sua vida nestas regiões.
Por este facto, salientou que a juventude como força motriz da sociedade está expectante e aguarda os concursos públicos que poderão surgir e alavancar o desenvolvimento do país.
Por seu turno, o gestor de Recursos Humanos, João Kalembe, com o surgimento de mais oito municípios a principal vantagem será o desenvolvimento, ressaltando que com a aprovação do OGE 2025 foram acauteladas verbas para o progresso destes municípios.
Anteriormente eram comunas com fraco desenvolvimento socioeconómico e de infra-estrutura, mas com orçamentos próprios haverá ligação territorial através da melhoria das vias, de infra-estruturas e mais valorização do cidadão.
A Lei nº 14/24, de 5 de Setembro, tem por finalidade adequar a Divisão Político-Administrativa às novas exigências do crescimento demográfico e das infra-estruturas, promover o equilíbrio na expansão dos aglomerados populacionais, clarificar os limites geográficos territoriais, tendo em conta as exigências do crescimento demográfico e das infra-estruturas. FI/LHE/SC