Luanda - A vice-presidente da Costa Rica, Epsy Campbell Barr, afirmou, este sábado, em Luanda, que o seu país pretende estreitar cada vez mais a união entre a diáspora e África, de forma a combater a exclusão social dos cidadãos afro-descendentes.
Epsy Campbell Barr, que falava na sessão de abertura da segunda edição da Bienal de Luanda, apontou os caminhos a serem seguidos para travar a luta contra o racismo a que os africanos e afro-descedentes são submetidos todos os dias.
Na opinião de Epsy Campbell Barr, é possível construir um mundo melhor baseado no amor, compaixão, amizade, sem guerras ou outras manifestações de discórdia.
A vice-presidente costa-riquenha apelou aos povos a serem mais solidários, fundamentalmente nessa fase de pandemia que aumentou as desigualdades sociais e económicas.
Explicou que a cultura deve ser a base do estreitar de relações dos estados e governos, de forma a criar-se uma aliança global para uma educação, ensino, sem discriminação de extracto, classe, género ou cor da pele.
Epsy Campbell Barr disse que o fórum vai servir para debater e recolher subsídios, para se procurar fazer sempre o melhor em prol dos cidadãos.
"A região de onde venho representa 200 milhões de pessoas de ascendência africana, com desigualdades sociais e económicas e com cidadãos privados de privilégios que levam à pobreza e falta de direitos que atingem, particularmente, os jovens e mulheres de ascendência africana", disse.
Sublinhou ser possível fazer mais pelos povos africanos e afro-descedentes, mas para tal o continente deve em primeiro lugar estar cada vez mais unido.
Advogou ser possível prevenir a violência nos jovens, incutindo neles a cultura africana.
"A cultura deve ser a base para os nossos povos se entenderem e suscita valores de tolerância e de respeito global", explicou, adiantando ser impossível ver uma América e Caraíbas sem o contributo da cultura da diáspora africana.
A responsável defendeu que a única forma de se conseguir um desenvolvimento humano e sustentável reside no reconhecimento de todas as identidades deixarem para trás toda a forma de descriminação e tomar consciência daquilo que os une como seres humanos.
Ao longo de três dias, os delegados vão participar em diversas actividades culturais, recreativas e económicas.
A Bienal de Luanda é um projecto que nasce da convergência de políticas e programas estratégicos entre três parceiros principais, designadamente, o Governo de Angola, a UNESCO e a União Africana.
O evento apresenta e propõe espaços de reflexão, de exposição e de difusão de criações artísticas, boas práticas, ideias e saberes relacionados com a cultura de paz.