Luanda - O Corredor do Lobito beneficiou de um financiamento directo de 550 milhões de dólares americanos da Development Finance Corporation (DFC), na sigla em inglês, para alavancar o desenvolvimento regional.
A informação foi avançada terça-feira, em Washington DC, pela coordenadora especial para a Parceria de Infra-estrutura e Investimento Global do Departamento de Estado dos EUA, Helaina Matza.
A responsável, que falava no quadro da visita do Presidente Joe Biden a Angola, de 2 a 4 de Dezembro, disse que o financiamento serviu para reformar a linha ferroviária de Benguela que conecta o Lobito à República Democrática do Congo (RDC).
Considerou o projecto especial, por ter sido projectado como uma verdadeira parceria público-privada.
A DFC é uma instituição e agência de financiamento ao desenvolvimento do governo federal dos Estados Unidos que investe em projetos de desenvolvimento principalmente em países de baixa e média renda.
Helaina Matza informou que o Corredor do Lobito faz parte de um esforço liderado regionalmente que os EUA, juntamente com parceiros europeus e do sector privado, apoiaram por meio de investimentos estratégicos.
Segundo a fonte, o Corredor de Lobito fará parte de uma viagem muito robusta do estadista norte-americano a Angola, que destacará muitos elementos importantes do relacionamento bilateral com a África e a sua visão sobre o continente.
Notou que, embora a infraestrutura esteja focada principalmente em conectar fisicamente três países, a implicação dessa conectividade regional aprimorada deve ter efeitos colaterais de redução de custos comerciais e fortalecimento das cadeias de suprimentos.
Para si, a ideia do Corredor do Lobito é ser uma rede de acesso aberto e competitiva, não apenas para usuários ferroviários, mas também para que ela possa se conectar com outros projectos no continente.
Aclarou que essa é uma visão desenvolvida no continente sobre a conectividade regional por meio do projecto da Agenda 2063, no âmbito da experiência de outros corredores bem-sucedidos em outras partes do continente, como o Corredor Central.
Revelou, por outro lado, que os Estados Unidos têm um compromisso colectivo para suporte global entre os países do G7 de 600 bilhões de dólares americanos ou mais, até 2027.
De acordo com Helaina Matza, a ideia da iniciativa de uma abordagem mais ampla para o Corredor de Lobito não é apenas fechar essa lacuna de infraestrutura da maneira mais inovadora, mas também fornecer soluções sustentáveis que impulsionem o crescimento económico, melhorem a conectividade regional e promovam a prosperidade.
Enfatizou que isso não incluiu apenas os investimentos ferroviários âncora, mas também enormes investimentos únicos em energia limpa, na agricultura, "trazendo todas as ferramentas que temos como governo dos EUA e com nossos parceiros para à mesa".
Parceiro estratégico
A responsável norte-americana reconheceu que Angola tem sido um dos parceiros mais fortes e uma espécie de cabeça de ponte para esses investimentos iniciais dos Estados Unidos no corredor do Lobito.
Sustentou que esses investimentos ferroviários cortam os custos de transporte, reduzem os tempos de transporte terrestre e abrem o acesso a terras agrícolas aráveis e reforçam a cadeia de suprimentos para minerais de energia críticos, impulsionando o crescimento económico resiliente ao clima na região.
Destacou outros investimentos dos EUA no país, que incluem o fornecimento de 180 pontes pré-fabricadas para melhorar a conectividade em Angola e o trabalho no espaço digital com parceiros como a Africell, para expandindir os programas de dinheiro móvel.
Corredor do Lobito
O Corredor do Lobito é uma rota estratégica para a dinamização das potencialidades da diversificação económica da República de Angola. A linha férrea de Benguela percorre 1.344 quilómetros desde o porto do Lobito até ao Luau, província do Moxico, zona fronteiriça com a RDC.
Atravessa quatro províncias angolanas, Benguela, Huambo, Bié e Moxico), ligando 40 por cento da população do país, potenciando investimentos de grande envergadura na agricultura e comércio. E as quatro províncias atravessadas pelo Corredor do Lobito fundamentais para o desenvolvimento agrícola com cadeias de valor em cereais como o milho, soja, trigo e arroz, tubérculos, feijões, legumes e frutas.
O Corredor do Lobito é internacionalmente conhecido como a rota dos 2 oceanos, dado que liga por terra o Atlântico e o Índico. Por conseguinte, é a principal rota alternativa para os mercados de exportação de países como a Zâmbia e a RDC, pois que, oferece uma rota mais curta para as principais regiões mineiras dos dois países encravados pelo Oceano Índico.
O CL vai criar oportunidades para o desenvolvimento de pequenos negócios adjacentes ao transporte ferroviário e uma alternativa ferroviária competitiva face ao transporte rodoviário. DC