Luanda - A secretária do Bureau Político do MPLA para a política de quadros, Ângela Bragança, declarou esta segunda-feira, em Luanda, que a cooperação entre Angola e China tem estado a estimular o desenvolvimento de acções para o progresso e bem-estar comum.
A responsável do MPLA falava na cerimónia de abertura da conferência internacional sobre "o papel do partido na erradicação da pobreza", ministrada por especialistas em economia da Universidade de Renmim da China (RUC).
Enfatizou que a cooperação Angola-China, elevada ao nível de parceria de cooperação estratégica global, tem uma longa trajectória plena de exemplos nos domínios das infra-estruturas, da saúde, educação, comércio, entre outros, criando laços que fortalecem a amizade entre os dois povos e estimula o desenvolvimento de acções para o progresso e para o bem comum.
Segundo Ângela Bragança, essa cooperação que celebra, em 2024, 41 anos, sairá reforçada no contexto da plataforma de cooperação definida através de diferentes iniciativas no Fórum de Cooperação China-África, realizado em Setembro deste ano na capital chinesa.
"Congratulamo-nos porque os nossos dois respectivos partidos têm colocado sólidos tijolos na construção deste caminho, definindo estratégias políticas e programas, mas sobretudo preparando as pessoas para a sua implementação", assinalou.
Ressaltou, na ocasião, que a formação de quadros constitui uma parte decisiva na política de quadros dos partidos, sobretudo a formação diversificada capaz de proporcionar um conhecimento multifacetico e impactante na busca de soluções e na realização dos objectivos da sua política.
A dirigente do MPLA considera que o tema da erradicação da pobreza ocupa um lugar central na plataforma dos partidos políticos de esquerda, cujos programas têm como foco satisfazer as necessidades, anseios e resolver os problemas das pessoas para a promoção do seu bem-estar.
Por seu turno, o embaixador da República Popular da China em Angola, Zhang Bin, ressaltou a importância da parceria estratégica abrangente entre os dois países, "que trabalham lado a lado para o desenvolvimento comum".
O diplomata considera a erradicação da pobreza como uma missão comum da humanidade e uma aspiração comum dos povos africanos.
Lembrou que, desde a realização do Fórum de Cooperação China/África em 2015, em Joanesburgo, e a recente Cimeira de Beijing, que a redução da pobreza tem estado sempre no centro de atenções na cooperação China-África.
"Hoje, sob o tema da erradicação da pobreza, partilhamos os nossos pontos de vista e estimulamos as nossas reflexões", vincou.
Já o chefe da delegação de especialistas chineses em economia da Universidade de Renmim, Zhang Donggang, revelou que o seu país resolveu o problema da pobreza absoluta e cumpriu os objectivos da Agenda das Nações Unidas 2030 para o Desenvolvimento Sustentável com uma antecedência de 10 anos.
Notou que este facto contribuiu significativamente para a redução da pobreza a nível mundial.
Os especialistas da República Popular da
China partilharam, com os militantes do MPLA a todos os níveis, a experiência desse país em matéria de combate à pobreza.
A Universidade Renmim da China, fundada há 87 anos, lançou um grande projecto sobre o estudo da "História da Redução da Pobreza" desde 2021.
Segundo o projecto, a vitória abrangente da China na luta contra a pobreza transformou o gigante asiático e influenciou o mundo com "três incrementos" para a civilização mundial, socialismo científico e a civilização da nação chinesa.
Angola estabeleceu relações diplomáticas com a República Popular da China em 1983, tendo o acto formal ocorrido a 12 de Janeiro desse ano.
As relações entre os dois países datam desde a pré-independência de Angola, sendo actualmente baseadas numa relação comercial emergente.
Desde 2011, os angolanos são o segundo maior parceiro comercial dos chineses no continente africano, depois da África do Sul. Refira-se que o primeiro acordo comercial entre os dois países data de 1984, celebrado um ano depois do estabelecimento de relações diplomáticas.DC/ART