Luanda – O Presidente da República, João Lourenço, assegurou esta quarta-feira que as infra-estruturas que estão a ser erguidas no quadro do combate à seca no sul do país, para além de salvar vidas humanas e matar a sede do gado, vão dinamizar a produção agrícola em grande escala.
João Lourenço discursava na abertura da reunião do Conselho da República, órgão colegial consultivo do Chefe de Estado, que teve como foco a segurança alimentar.
Informou que as infra-estruturas hidráulicas que estão a ser construídas na província do Cunene, (como as do Canal do Cafu, do Ndué, do Calucuve e da Cova do Leão), no Namibe e Huíla, no quadro do programa de combate aos efeitos da seca no sul de Angola, vão promover a produção em grande escala de bens agrícolas e de peixes, nas suas gigantescas albufeiras e extensos canais.
“Estamos a falar de uma capacidade total de armazenamento de 1896 milhões de metros cúbicos de água e de 440 quilómetros de canais no conjunto dos quatro projectos que a província do Cunene, que vão passar a beneficiar, quando no próximo ano se concluir o último desses projectos”, disse.
Aposta na produção interna
O Presidente João Lourenço ressaltou, também, a aposta do Executivo na promoção do aumento da produção interna de bens alimentares e redução das importações.
“A nossa ambição é a de ver os produtos da cesta básica e da reserva estratégica alimentar constituídos essencialmente por bens produzidos, transformados e embalados localmente”, augurou.
Indústria de fertilizantes
Aos seus conselheiros, o Titular do Poder Executivo assegurou que os fertilizantes e as vacinas para o gado bovino, suíno, aves poedeiras e de corte vão deixar de ser importados na sua totalidade, com o arranque, para breve, da indústria de fertilizantes do Soyo e do centro de vacinas no Huambo.
Indicou que o Executivo, em parceria com o sector privado, está igualmente apostado na construção de matadouros, plataformas logísticas, unidades de descasques de arroz, trigo e de silos de armazenamento, não só ao longo do corredor do Lobito, mas em locais estratégicos do país, já definidos, para absorver a produção nacional de cereais.
“Estamos encorajados com o facto de termos conseguido reduzir consideravelmente a importação de carne bovina que onerava as nossas divisas”, assinalou.
O Chefe de Estado entende que tudo deve ser feito para se reduzir igualmente a importação de carne suína e de frango, através do aumento da produção interna. DC/ART